Final de agosto, que desgosto... já dizia um velho amigo
meu, agosto é mês de cachorro louco. Vai ver é isso, vai ver só foi um mês
estranho e propenso ao desequilíbrio hormonal... ou vai ver foi reflexo dos
tempos excedidos de quarentena, ou simplesmente minha mente e espirito estão
meio cansados. Sei lá...
Esse foi um mês sentido, vivenciei umas experiências intensas
e extremas, íntimas... lidei com alguns fantasmas e avaliei meus sorrisos,
minhas lágrimas... minhas decisões. O que é real, ou que foi criado e despejado
em você? O que realmente importa? E porque importa...
Porque certas coisas pesam mais que outras? Porque algumas
opiniões nos afetam mais que outras... Porque tem horas que parece que nenhuma
resposta é concreta num oceano de divagações?
Sinto falta das minhas certezas, ser testada pela minha
mente é perigosamente arrebatador e tentador ao mesmo tempo... O fácil nunca me
impressionou, decidi há tempo aprender na porrada, porque seria diferente
agora? Abri mão da limitação faz tempo... e a cada dia ao me jogar de cabeça,
tem sido prazeroso, porém cansativo. Tem horas que tudo que quero é um abrigo.
Mas quem disse que confio em algo pra me abrigar... Sim, criei uma camada
protetora para amortecer esses impactos, mais grossa do que imaginei, onde
torna impossível confiar 100% em algo novamente. Acho que a inocência se perde
nesse caminhar profundo. É como esperar o tempo todo pelo impacto... tenso isso...
como numa montanha russa... a queda vem a qualquer momento, com ela a
adrenalina, a satisfação, o pavor e de repente, a queda abrupta.
Conheço essa sensação de ânsia pelo novo... conheço essa
sensação de desmotivação pelo hoje... meu corpo vibra em outras direções e
minha mente sensata me trava fincando meu pé no chão dizendo: Não!! A prudência
capricorniana finca suas garras no meu coração e torna meu voar impossível...
libera um medo absurdo de falhar e me perder. Me faz olhar pra trás um pouco
mais e ressentir o abandono.
A minha mente não para, as vezes só queria não sentir tudo
ao mesmo tempo e tão intensificado. Queria não me apegar tanto as pessoas que
sei que devem ficar pra trás e seguir em frente na minha peregrinagem. Queria
sentir que esse caminho não é solitário, apesar de já ter aprendido sobre isso...
queria aceitar o tempo, o tempo das coisas... entender nem sempre é o
suficiente.
2020 realmente veio para abalar todas as estruturas
pessoais, cada um na sua necessidade de evolução será estimulado, tá na hora! E
encarar minha sombra nunca foi tão desafiador.
Olho em volta tão satisfeita com minhas conquistas... isso
deveria bastar. Não Janaina, nunca sentirá que basta, lembra?
Essa semana um “anjo” me disse assim... “não se martirize
tanto com a crítica algoz, porque a pessoa despeja em você o que o incomoda nele...”
isso me deu um respiro. Me deu uma brecha, um feixe de luz na escuridão em que
coloquei pra pensar. Uma pessoa do nada que apareceu só pra me ouvir numa hora
em que não sabia mais como lidar com tanta água me afogando. Essa ajuda divina
sempre vem de onde menos esperamos... sou tão grata. Como eu precisava de
alguém alheio a tudo que está me envolvendo, ouvindo cada estrangulamento meu,
sem julgamento, sem envolvimento...
Ahhhh agosto, que bom que vc terminou... leva com vc essa
fase letárgica. Porque preciso de movimento. Preciso da luz entrando por todos
meus poros, alimentando meu espirito cansado. Nutrindo meus desejos e
inspirando meus dias. Agora que passei um mês encarando cada sujeira, agora que
me abri à limpeza, que o espaço aberto se impregne de luz e amor. Amor
verdadeiro, e não esse que “viralizou”... que eu não me permita mais me
machucar em nome de um amor impostor. Amizade não deveria ser utilizada de
forma tão dissimulada. Que eu não perca de vista o que aprendi até agora... a
enxergar com os sentidos, a acreditar na minha essência e não no ego alheio.