Recebemos algumas perguntas de um aprendiz sobre os conceitos aqui representados pelo Conselho de Bruxaria Tradicional (CBT), e vamos tentar facilitar ainda mais a compreensão, para que todos consigam interpretar o que é aqui colocado.
Vamos aos conceitos do CBT vamos com ***:
- Uso de panteões não Europeus – Ex.: Africano, Indiano, etc...
*** Todas as regiões do mundo possuem suas respectivas crenças tradicionais, com seus valores, com suas práticas, o termo Bruxaria é uma manifestação de crença nativa européia, com deuses honrados de forma personalizada, com os atributos específicos do povo, seja ele celta, visigodo, germânico, etc...
Temos também o Conceito de Culto da Terra Nativa, que é o fato de honrarmos as manifestações espirituais da terra em que estamos, ou seja, a Bruxaria migrou para o Brasil e nós, como filhos da terra, honramos também o solo daqui, isto é um conceito que muitos não possuem ou distorcem para inserir outros elementos tal como Indiano, por exemplo.
Vejam este texto:
- Práticas cerimoniais de valor teatral e complexas
*** Na essência, nomes como (Sabbat e Esbath) derivam de palavras judaicas (tal como a nossa palavra sábado), isto é comum na Wicca. Podemos honrar as fases da Lua, as festividades, os equinócios e solstícios, as etapas importantes, os ciclos de caça e pesca, a vida, a morte, etc. Não existe regra para a ritualização e nem a necessidade de se comemorar de forma apenas ritualística. O que esta colocado é que isso não deveria ser uma regra e sim uma opção, não deveria ser um teatro e sim algo profundo visto também que a magia natural deriva dos atributos da Floresta, e portanto uma magia fluídica.
- Símbolos geométricos/ matemáticos – Ex.: Quadrado, Estrela de Salomão, etc...
*** Crenças tradicionais existem no mundo inteiro, uma grande distorção é acreditar que Bruxaria é Maçonaria, por exemplo, ser um maçom é ser um magista, a maçonaria é uma instituição que incorpora os diversos ramos religiosos. Existem diversas feitiçarias pelo mundo e todas elas ligadas a uma região nativa, a uma senda, a um caminho, muito embora o bruxo esteja livre para estudar qual quiser, isso faz parte do seu aprendizado pessoal e não de algo raiz na Bruxaria Tradicional, as pessoasconfundem crença pessoal com caminho, coisas totalmente diferentes.
- Elementos/ Conceitos de outras culturas – Ex.: Chakras
*** O caminho do Bruxo é Nativo Europeu, entretanto o bruxo não é o caminho, ele é apenas um peregrino, existe confusão com o termo (Gnosis do Bruxo) a Gnose como Senda (Instituição) e existe o significado etimológico para gnose que significa "conhecer", o fato de conhecer um outro caminho faz parte da vivência pessoal, uma junção de aprendizados individuais.
- Ativismos – Ex.: Ecológico, Feminista, Homossexuais
- Divisão dualista do mundo – Ex.: Deus/ Deusa – Bem/ Mal
- Culto aberto e em área urbana
*** As festividades podem ser públicas desde que respeitado os momentos sigilosos de cada clã, a bruxaria tradicional é introspectiva, ela é discreta, é bem diferente de atos de promoção, de divulgação na mídia, de exposição. Hoje temos uma abertura religiosa, coisa que há 60 anos atrás seria impossível, falamos ainda do povo europeu também, um povo mais reservado.
- Vinculo com movimento gótico
*** Voltamos às liberdades dos cidadãos, esse direito é anterior ao direito de crença! Não precisa ser gótico, ou anti-social para ser um bruxo!
- Uso de um símbolo que identifique a religiosidade – Ex.: Pentagrama
- Uma instituição centralizadora
- Culto homogêneo ou livro sagrado
*** Não existe uma "bíblia" que represente a Bruxaria, ou mesmo que estes aprendizados sejam homogêneos, em seu culto, dado à diversidade de povos e regiões.
Como sempre, o que faltam as pessoas é parar para refletirem sobre as questões ligadas a interpretação de texto, queremos ainda dizer que nosso compromisso é com pessoas e grupos que possuem a mesma orientação de crença comum aos conselheiros e que somos totalmente a favor da diversidade religiosa, pois assim todos podem se encontrar em seus credos. Afirmamos ainda que não temos ligação alguma com religiões criadas a partir da década de 50.
Cordialmente,
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