Daremos primeiramente a origem do nome em sua etimologia, o termo bruxaria é de origem ibérica, embora alguns autores tentem provar que o vocábulo proveio do Latim, o provável é que ele já existia nos dialetos falados na Península Ibérica antes da chegada dos romanos, como foi o caso de bezerro, cama, morro e sarna. “Esta hipótese é reforçada pelo fato de só aparecer nas línguas ibéricas (Português bruxa, Espanhol bruja, Catalão bruixa); se viesse do Latim, deveria também estar presente no Francês (que usa sorcière) e no Italiano (que usa strega), que também pertencem à família das línguas românicas.” (1- Cláudio Moreno).
O termo “Tradicional” do latim traditione, língua falada no Lácio (Latium), região central da Itália e a partir do século III a.C. que passou a adquirir uma forma literária, construindo-se aos poucos uma gramática com regras explícitas, cuja consolidação se deu por volta do século I a.C., que é considerado o período clássico do latim.
Portanto o termo tradicional para crença já seria utilizado de forma comum antes mesmo do século I a.C., com isso ressaltamos que o termo traditione nasceu de uma necessidade de expressão, que significa tanto o ato de entregar e transmitir tal como doutrinas, costumes etc., conservados num povo por transmissão de pais para filhos.
Podemos encontrar um leque de opções para representar uma antiga crença ou feitiçaria antiga, dentro do contexto do latim, o mesmo encontraremos na língua inglesa as traduções para os termos witchcraft (feitiçaria), old craft (antiga arte), traditional craft (arte tradicional).
Lembrando que o termo craft (arte) é um termo comum dentro da maçonaria e encontrada até antes da fundação da Grande Loja Unida da Inglaterra em 1717.
A menção do termo Bruxaria por si só já contem em sua essência a tradicionalidade no qual é reforçada no âmbito de uma espiritualidade antiga e assim sendo, uma crença tradicional, e usual antes mesmo dos movimentos esotéricos do final da década de 60, representando um termo de base popular e citada por antropólogos e escritores em diversos momentos da história.
Também fica claro que o termo “Bruxaria Tradicional” é de soberania das línguas ibéricas (bruxa, bruja), sendo assim, os únicos que podem requisitar com total qualificação para o uso da mesma, com isso cabe aos devidos países e suas respectivas culturas a legalidade do uso do termo e não uma ordem ou segmento específico religioso.
Existem teses sobre o uso do termo baseado em Robert Cochrane,(veja mais) entretanto essa tese não se sustenta devido ao uso generalizado e anteriores aos seus escritos em língua inglesa. Autor polêmico encontrou diversos opositores ao seu trabalho; nasceu em uma família de protestantes, cuja historia pode ser comprovada oficialmente.
Conclusão:
O Termo Bruxaria Tradicional oficialmente somente valida os cultos/ crenças da Península Ibérica (especificamente), primeiro pela soberania da língua (Portugal e Espanha), em segundo por ser um termo comum: tradicional, crença, religião, antiga, feitiçaria entre outros são de domínio público e usual para escritos de diversas obras da história dados em épocas diferentes. Não existe ordem iniciática que detenha o nome para uso exclusivo e as devidas traduções devem ser analisadas para não sofrerem distorções ideológicas/ religiosas.
Cordialmente
Era de estudos como este que eu falava quando disse que precisamos buscar profundidade e compreensão...
ResponderExcluirOutro dia eu li o texto de um autor que dizia qua a bruxaria é pagã, no entanto afirmava ser Caim o primeiro bruxo da terra. Algo atemporal, suspeito eu! rsrsrsrs
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