sábado, 7 de maio de 2011

METEMPSICOSE: Reencarnação na Bruxaria tradicional



Flor de Íris
 A crença celta na reencarnação estava implícita em sua despreocupada atitude perante a morte, o que constituía um ensinamento druida. Os celtas asseguravam com firmeza que a morte era uma simples pausa de uma longa vida e, conseqüentemente, lhe tinham muito pouco temor, segundo o testemunho de César: "As almas não morrem, mas passam, depois
da morte física, de um corpo a outro; e essa crença de morte da alma, assim como o próprio temor à morte, estão, por eles mesmos, descartados, o que, asseguram, é o maior incentivo para infundir valor".
A doutrina celta da reencarnação está bem descrita por Taliesin, o poeta–guerreiro, na Batalha dos Arboles. O mesmo assegurava ter vivido muitas e variadas vidas, seja como humano, seja como animal, e ter presenciado a maioria dos grandes acontecimentos da história da Irlanda.
Assim declara:
Eu tive muitos corpos
Antes de conseguir uma forma agradável
Eu fui uma gota no ar
Eu fui uma estrela brilhante
Eu fui uma ponte para transpor
rio de três leitos
Eu viajei como uma águia
Eu fui um barco no mar.
O canto de Amergin, um poeta muito antigo, parece ir na mesma linha, mas com a profundidade ampliada de que "ele formava parte da natureza de outras coisas e de outras criaturas, e de que isto o uniu totalmente ao Universo, em completa paz espiritual e superior sabedoria".
Eu sou o vento que sopra sobre o mar,
Eu sou a onda do mar,
Eu sou a profundidade do mar,
Eu sou o touro das sete batalhas,
Eu sou uma águia sobre a rocha,
Eu sou uma lágrima do sol,
Eu sou um hábil marinheiro,
Eu sou valoroso como o javali,
Eu sou um lago no vale,
Eu sou palavra de sabedoria,
Eu sou espada afiada ameaçando um exército,
Eu sou o Deus que ilumina a cabeça,
Eu sou aquele que projeta luz entre as montanhas,
Eu sou aquele que antecipa as fases da lua,
Eu sou aquele que ensina onde se põe o sol.
Graves assinala que os versos mais comuns, "eu fui" ou "eu sou", também se referem ao ciclo anual e contêm séries completas de símbolos para todo o ano, ainda que deliberadamente confusos, com o objetivo de que o segredo não fosse descoberto.
Entretanto, como é uma só a deidade responsável por todo o ciclo anual, podemos estar seguros de que é o poeta–deus quem está descrevendo a existência de seu modo particular.
Tão sutil fluidez desconcertou os lógicos romanos e, desde então, tem confundido muitos estudantes, porque não concorda com os conceitos latinos e semíticos. Os celtas entendiam suas próprias vidas e mesmo o Universo como guiados pelo simples movimento interno.
Desse modo, não acreditavam na dualidade entre bem e mal, não havia lugares como o inferno nem uma justiça que se administra depois da morte.
Seria inútil pretendermos buscar entre os celtas, sutis e de idéias rápidas, algo tão formalizado e estruturado como um princípio ou uma refinada doutrina dareencarnação. Os celtas viviam suas crenças e não as materializavam em objetos concretos. Seu conceito de tempo não era o nosso, seja em relação à vida ou à morte. O trovador bretão começaria
sempre: "Era uma vez, quando o tempo não existia, e então...". Eles viviam de acordo com os mitos, que "não é o relato dos feitos, senão o próprio desenvolvimento dos feitos". Seus mitos podiam ser compreendidos em qualquer nível, segundo a capacidade do ouvinte,
como um completo conto de fadas, uma mudança de forma com um objetivo mágico, uma visita a outros mundos ou uma união com a deidade.
Do grego: meta: mudança + en: em + psiquê: alma - é o termo genérico paratransmigração da alma, de um corpo para outro, seja este do mesmo tipo de ser vivo ou não. É usualmente denominada de metacomorfose. Essa crença não se restringe à reencarnação humana, mas abrange a possibilidade da alma humanaencarnar em animais ou vegetais. Era uma crença amplamente difundida na Pré-história e na Antigüidade, sendo encontrada entre os egípcios, gregos, romanos, chineses, africanos, celtas, etc, mas não na Índia entre os budistas tibetanos essa migração é possível, embora muito rara (os budistas descrevem várias formas de reencarnação, sob vários contextos diferentes). 

 Fonte: Clan Peregrinos

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