sexta-feira, 1 de abril de 2011

CBT informa: BRUXARIA TRADICIONAL - TESE DA LIBERDADE E MARGINALIZAÇÃO


Vamos começar o texto com algumas perguntas:

    1 - Quem caracteriza uma senda/ religião/ caminho ou atos como marginalizados?

    2 - A condição de elemento marginalizado é vitalícia?

    3 - Qual a diferença de liberdade no culto para liberdade pessoal?

    4 - A Bruxaria Tradicional cultua anjos?


Perguntas simples e diretas, para nós do Conselho de Bruxaria Tradicional, de base folk ou de raiz, vamos trazer algumas informações para sair do campo superficial das generalidades.

Na primeira questão, podemos dizer que seria um segmento religioso de grande expressão na sociedade, pois a criação dos estatutos morais dadas à religião é influência para as manifestações políticas e estas transformam em leis, um exemplo disso é o Brasil que mesmo sendo um estado laico, sofre influência das cadeiras cristãs influenciando nas tomadas de decisão do governo.

Segunda questão, antes do poder da Igreja Católica, poderíamos dizer que algumas religiões/ seitas/ práticas que nasceram antes do Cristianismo e viveram muito bem antes dele, seriam marginalizadas? Questiono também se estas práticas do mesmo modo que se tornaram marginalizadas poderiam passar por um processo de desmarginalização, muitas pessoas acreditam que sim.
Também é fato que existiam pessoas marginalizadas em sociedades antigas, tranquilamente que sim, mas seria por serem feiticeiros? Ou seriam por atitudes que agrediam àquela específica sociedade? Temos nas sociedades, antigas como nas contemporâneas, pessoas que marginalizam albinos, por exemplo, e não estão envolvidos com nenhuma prática de feitiçaria! Algumas teses não se sustentam, pois tratam de maneira superficial o entendimento antropológico, devido ao "fator de generalização", ato inconseqüente e com prejuizo a todos os estudiosos de crença.

Uma informação que vai contra a "tese das marginalizações"; o Druidismo também seria "Bruxaria Tradicional" (?), afinal, foi também alvo do Catolicismo com S. Patrick, estava na lista de crenças marginais, ou seja, o Druidismo não era marginalizado se tornou com o advento da cristianização e agora temos na Inglaterra a legalização do Druidismo como religião oficial. Podemos dizer que o termo "Bruxaria Tradicional" esta totalmente fora do que esta sendo citado, o termo que melhor poderia esclarecer seria "Feitiçaria Tradicional" ou "Crenças Tradicionais", este é o grande problema da manipulação ideológica na tradução de textos, sempre levam a mais confusões do que esclarecimentos.

Com base ainda no ato polêmico de oficialização, cada vez mais comum, afinal é também comum a necessidade de "aceitação" de crença, se assim não o fosse, não teríamos tantos atos de afirmação religiosa/ títulos iniciáticos e sacerdócios de crenças alternativas.

E quando falamos em liberdade? Segue abaixo o significado de liberdade:

Liberdade - qualifica a independência do ser humano, é a autonomia e a espontaneidade, qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.

Como podem perceber, a liberdade é uma autonomia para padrões humanos, portanto devemos entender que dentro dessa premissa, ampliando para o universo humano e não somente a linha de crença está sob a vontade do ser livre.

A liberdade em cultos religiosos, ou operações religiosas (feitiçaria) conceitualmente não é "livre", pois liberdade esta um nível acima, portanto a liberdade esta em seguir qualquer caminho que achar interessante, ao adentrar em um caminho específico já existem parâmetros, sejam estes de um específico segmento étnico, seja no segmento de idéias, condutas, limitação geográfica, alguns no tocante as influências da própria sociedade, entre outros fatores.

Vamos a um exemplo: Imaginem que um "irmão bruxo" foi até sua casa, ele não toca a campainha, chuta a porta, dorme na sua cama, abre sua geladeira, mexe no seu altar colocando a imagem de Buda, e quando você fala para o sujeito que ele não pode fazer isso, ele simplesmente diz: "Eu sou um bruxo" tenho liberdade, um bruxo é ser livre. O que você faz? Bom... Provavelmente você vai aceitar, pois afinal tem liberdade na bruxaria, não é isso? Então... Temos também a liberdade de dizer que isto ou aquilo não convém e assim de traçar certos limites, afinal de contas, liberdade é um caminho de mão dupla.

Não confundam liberdade com fluidez, são coisas muito diferentes, alguns imaginam que trabalhar com magia natural, seja isso, fazer o que dá na telha, mas isso levaria a escrever um outro texto.

E finalmente, o culto aos anjos, como é de base cristã/ judaica, portanto fora do paganismo, que é o nosso foco, fico pensando no seguinte, anjo tem sangue bruxo ou o bruxo tem sangue de anjo? Como não devemos criticar a fé, e seria extremamente complicado ter uma doação de sangue de anjo, deixo que organizações como a Tubal Cain Church, entre outras se preocupem com essas questões.

Estávamos refletindo em quando a Bruxaria, em seus diversos entendimentos, vai se tornar livre do movimento gótico, quando teremos livros interessantes sem postar imagens de caveira, de vampiros, de demônios, quando realmente poderemos dizer em qualquer lugar que somos bruxos como filhos da natureza ao invés de ver o olhar espantado das pessoas, pensando... Esse "marginal" vive na encruzilhada ou no cemitério fazendo o mal para as pessoas. Mas isso é outra questão que tem que ser muito bem analisada por toda comunidade ligada ao paganismo.

E assim colocamos nosso ponto de vista, e esperamos que tudo o que foi colocado, venha em favor de novas reflexões, esse sim mais liberto e esclarecedor.

Cordialmente,

Conselho de Bruxaria Tradicional

2 comentários:

  1. Nada como ter cada coisa no seu lugar!

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  2. Rejeito inconstetavelmente a associação da bruxaria a marginalidade religiosa.

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