terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Conjuro

A última cena

Giros incontroláveis a me tomar
A fúria presente em meu andar descompassado
A decepção ainda vibrando em meus ouvidos
O sangue queimando arrastando o negro pelas veias
Saltando sobre mim, infeliz surpresa
Venha ó gozo... venha que lhe rogo!!!
Dê me a força para a execução necessária
E do seu riso sádico faço meu prato
Da sua hipocrisia desfaço laço
Eis que pisaste em mais belo sentimento
Giro nessa nova dança e o transformo em seu derradeiro leito
Que do palco que vc criaste
Agora desço, não faço mais parte
E das belas histórias que atuamos juntos
Pela sua ousadia jogo ao vento...
E a mistura dos tempos já não me guiará
Findado aqui o meu tormento está
Aniquilo-te de mim, escravizo enfim....
E com as garras que te satisfazia
Sufoco e jazigo aquela que por vc vivia
Exaurida da falsa alegria,
Mudo a melodia que me movia
Faço do veneno com que me contaminou
Um elixir pra curar minha dor
Camuflado... mascarado...
Com sua própria lança me desfaço
Rasgo minha própria pele
Para que vc flua de vez de mim
Com a noite escura a presenciar...
Um belo vinho a me entorpecer...
O ardor em êxtase ao eliminar vc
Misturado ao sangue já sem sabor
Escoando profano aroma que seu corpo deixou...
E aqui jaz a menina dos olhos brilhantes
A mulher felina insinuante
A companheira fiel aos devaneios constantes
Asfixiada pela luxúria
Dilacerada pelo desejo
Movimentada  pelo orgulho
Danço pela última vez em seu redor
Bato palmas pelo seu cruel espetáculo
Um riso raivoso esboço
Lanço-te meu último olhar crepitante em desgosto
Dou-lhe as costas...
Engulo a seco o choro tardio
E mais forte sigo em meu caminho

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