sexta-feira, 12 de outubro de 2012

...saudade

‎"Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi. Pela renúncia. Por valores não dados. Por erros cometidos. Acertos não comemorados. Palavras dissipadas.Versos brancos. Chorei pela guerra cotidiana. Pelas tentativas de sobrevivência. Pelos apelos de paz não atendidos. Pelo amor derramado. Pelo amor ofendido e aprisionado. Pelo amor perdido. Pelo respeito empoeirado em cima da estante. Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. Pelos sonhos desafinados, estremecidos e adiados. Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei..."

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Td junto e misturado?!?!


Eu pensei
que pudesse esquecer
certos velhos costumes
Eu pensei
que já nem me lembrasse
de coisas passadas


Eu pensei
que pudesse enganar
a mim mesmo dizendo
que essas coisas da vida em comum
não ficavam marcadas

Não pensei
que me fizessem falta
umas poucas palavras
dessas coisas simples
que dizemos antes de dormir

De manhã
o bom dia na cama
a conversa informal
o beijo depois o café
o cigarro e o jornal

Os costumes me falam de coisas
de fatos antigos
não me esqueço das tardes alegres
com nossos amigos

Um final de programa
fim de madrugada
o aconchego na cama
a luz apagada
essas coisas
só mesmo com o tempo
se pode esquecer

Quero

Quero te dar chuva de flores pela manhã. E quando quiseres podes vir colher sorrisos direto do quintal da minha alma. Nunca há de te faltar afeto. E se murchar tua alegria, podes vir buscar uma muda no meu jardim para que a tua floresça outra vez. Se te faltar o vento, eu te sopro carinho. E se te faltarem as cores do dia, a gente pinta tudinho com tons de felicidade. Lá do alto, não te deixarei olhar para baixo e mesmo que escorregues de uma nuvem molhada, eu não te soltarei a mão, não te deixarei cair. 

Amizade é isso, teto firme no temporal, água para a sede no deserto, riso pra enxugar a lágrima que cai.






"In..."

‎"Um dia, eu quis ser dente-de-leão.
Desses que nascem em qualquer quina, em qualquer esquina, em qualquer calçada.
Eu quis ser insistente, como quem rompe o asfalto para provar ser existente.
Eu quis ser dente-de-leão para acabar na mão daquela criança que foi até a esquina buscar a bola, ou que corria atrasada pra escola, E assim ser arrancado do solo áspero e ser soprado, Libertado, Liberado no ar como uma alegria certa pra renascer em lugares diversos.
Sim, eu quis ser ar, eu quis ser verso.
Um dia, eu quis ser livre em meio às ruas da cidade, Eu quis ser livre. Um dia, eu quis ser." 


(Arthur Netto)