terça-feira, 9 de julho de 2013

Falta um pedaço importante de mim...

Sinto falta da minha vida... minha essência, daquela que eu sufoco pra ser correta, aquela que eu excluo pra fazer o que tenho que fazer.... sinto falta de ser!
Preciso reencontrar meus suspiros... ter fé nos meus desejos... não me perder em tantos Eus que tenho que encenar ser... vestir.

Sede... vida, liberdade...onde estão vcs!?

Eu, prisioneira dentro de mim, cada vez mais além de tudo e todos, pois não me encaixo, não gosto...nem me agrado. Tudo parece superficial demais de onde olho, que prefiro me ausentar ao insatisfatório... ficando muito aparente meu isolamento, tornando quase impossível aproximações e relacionamentos pessoais. Por onde anda minha paciência com o desigual? Por onde anda minha fé em um mundo melhor? Pessoas verdadeiras?? Amores puros e desprendidos de mentiras... amigos fiéis!

Não aceito papel de vítima, nem de carrasco e isso tem me deixado bastante irritada...

As vezes queria poder dar chacoalhões e resolver tudo com minhas mãos... mas não dá pra ser extremista o tempo todo, mas também não da pra ficar inerte... alheio a tudo... comodo à tudo que me agride ao ser injusto e imperfeito... Como ser então? Pq viver em cima do muro, nunca foi um bom lugar pra mim...

Gritos no vazio, dentro de mim... pq to cansada de críticas quanto minhas reações. To cansada de ter que agradar... to cansada de me frustrar, desiludir e desistir de coisas que eram importantes mas impossíveis de ser. 

Ser... voltamos a essa palavrinha tão pequena e tão ampla de entender e desvendar... 

hj me sinto triste, perdida... cansada mesmo! Queria poder hibernar como os ursos... apagar por meses e esperar que tudo esteja mais belo ao abrir dos olhos, mais iluminado e quente... queria poder não me afundar no meu silêncio, queria poder dormir pesado... queria poder "acordar".

Cansada de conter o choro.. queria poder chorar como criança de novo, gritar pra demonstrar meu descontentamento, alias, quem foi o otário que disse que adulto não pode??... queria poder mostrar pras pessoas o quão absurdo as coisas são aos meus olhos... pois parece que ninguém vê o que eu enxergo tão bem... queria poder sumir por uns tempos... viajar, me desprender... queria achar meu riso, queria provocar sorrisos involuntários... queria partir! Achar meu caminho mais uma vez... peregrinar com segurança...
apenas ir... não importa onde, apenas poder... é isso... queria poder...


"Eu vejo o mundo. Sinto o frio.

Que caminho seguir? Parapeito da janela...
Eu vejo as palavras num cavalo do tempo
Eu vejo os pássaros na chuva...
Oh, querido pai consegues ver-me agora?
Eu sou eu próprio, como tu, de certa forma.
Eu irei com a onda onde ela me levar.
Eu aguentarei a dor. Liberta-me.
Oh, querido pai consegues ver-me agora?
Eu sou eu próprio como tu de certa forma.
Eu esperarei na escuridão para falares comigo.
Com eu me abri. Liberta-me."





Indifference


Keep out - um enorme cansaço



"Tenho uma mania irritante. 

Quando alguém está chateado, brabo e nervoso, fico chamando atenção. 


Fico alertando que a pessoa está chateada, braba e nervosa. Como se ela não soubesse. 
Ela grita, e aviso que ela está gritando.
Ela esperneia, e aviso que está esperneando. 
Fico em cima como mosca. 
Fico narrando o mau humor como uma partida de futebol.


Momento a momento. Frase a frase. Cada lance da partida. 
"Vê como está pessimista?" "Olha o que está dizendo?" "Para que tanta ofensa?"
Fico descrevendo o azedume como se fosse Pedro Ernesto Denardin.
Quem não está legal não vai se recuperar nunca com a pressão. Tende a piorar.
Quem está triste acaba mais triste com o excesso de perguntas.
Não permaneça em cima observando de lupa, que o desespero aumenta. 




É básico: quem está triste precisa se isolar um pouco. Respeite. Saia de perto.



Mas sou tão irritante que quando a companhia já dá sinais de recuperação, eu pergunto se já passou a raiva. 
Para que lembrar?


Sempre que a gente pergunta se o outro melhorou, ele se indigna novamente.


Não volte ao assunto.


 Não seja a voz do aeroporto do desastre."  (Capinejar)