quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Convite Especial!!

Vale a pena ir até lá e conferir...

 

VIII - CONVENÇÃO DE BRUXOS EM PARANAPIACABA

>>> 14/05/2011 (Sábado) Local - Lyra Serrano - Inferior


BRUXARIA TRADICIONAL E ENTHEOGENOS

Palestrante - Ricardo DRaco

Horário - 17h30

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O SEXO NA BRUXARIA

Palestrante - Wagner Périco

Horário - 18h30


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>>> 15/05/2011 (Domingo) Local - Casa Amarela


Espiritualidade Celta Reconstrucionista e a Triplicidade dos Mundos.

Palestrante - Rowena Arnehoy Seneween

Horário - 11h00

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INICIAÇÃO SISTEMATICA EM COLEGIADO DA BRUXARIA TRADICIONAL.

Palestrante - Senhora Telucama

A MARCA DA BRUXA - Uma Superstição Medieval


Os exames nas bruxas, mesmo quando feitos em boa fé, se assim se pode chamar a sinceridade da ignorância maliciosa, eram levados a efeito presididos pela mais abjeta superstição. Alguns funcionários provavam sua eficiência descobrindo as marcas das bruxas e assim identificando-as como traficantes de bruxaria. O mais célebre desses advogados chamava-se Mattew Hopkins, que exercia sua profissão nos condados de Essex, Norfolk, Huntingon e Suffolk, na Inglaterra, nos meados do século XVII, sob o titulo que ele mesmo se havia conferido de "descobridor geral de bruxas’.

Tendo obtido a licença autorizando-o a examinar todas as suspeitas de bruxaria, ele aplicava torturas que obrigavam as vítimas a confessar a culpabilidade das ações mais improváveis e até mesmo impossíveis. As confissões, naturalmente, eram invariável e rapidamente seguidas da pena de morte. O descobridor geral de bruxas fazia saber que possuía certa caderneta que obtivera do diabo, enganando-o. Nesse livro, havia uma lista de todas as bruxas, assim como das pessoas que, na Inglaterra, consultavam as bruxas. Desta fonte superior ele tirava informações exclusivas, possibilitando-o a continuar sua descoberta de bruxas com o maior sucesso.

Hopkins era, na verdade, um bandido desumano e parece incrível que, mesmo nessa época, esse impostor, por um período de vários anos, pudesse continuar suas práticas monstruosas com a aprovação oficial. Só nos condados de Essex e Suffolk, foi o responsável por nada menos de 260 condenações, sendo a maioria de penas capitais. Residindo em Manningthee, Essex, Hopkins viajava com seus dois assistentes, uma mulher e um homem, de um lugar para outro, cercando os suspeitos — em geral pessoas excêntricas, que os espiões haviam informado serem suspeitas ou da prática de bruxaria ou de consulta de bruxas.

O teste que Hopkins aplicava para procurar "a marca da bruxa", como prova de culpabilidade, era o seguinte: a pessoa acusada, moça ou velha, honesta ou desavergonhada, era inteiramente despida e faziam-na sentar-se, pernas cruzadas, num banco ou mesa no centro de algum celeiro. Se a pessoa que estava sendo julgada resistia, recorria-se a força e era amarrada com cordas. Introduziam-lhe então na carne alfinetes compridos "para encontrar a marca" que provaria tratar-se de uma bruxa. Diziam ter encontrado a marca se, no momento em que o alfinete era introduzido em algum ponto ou mancha do corpo, a vitima não gritava de dor. Considerando que a tortura continuava até a perda de toda sensibilidade normal, podemos compreender facilmente que o descobridor de bruxas era sempre bem sucedido em sua busca.

Para ter certeza de descobrir a marca, mesmo no acusado mais difícil, Hopkins recorria ao embuste, usando um instrumento para picar, baseado no principio telescópio, de maneira que, quando apertado de encontro o corpo, a ponta desaparecia, como se tivesse encontrado a carne. Não sentindo dor, a paciente não reagia ao teste, e assim era considerada culpada, graças a uma verdadeira fraude. Muitas vezes a "marca" era uma mancha comum, uma pinta ou algumas elevação carnosa semelhando vagamente uma teta ou, em casos mais raros, uma pequena glândula mamaria. Tendo sido encontrada a marca, era popular que um diabinho familiar, delegado do diabo, viria chupá-la, por isso vigiava-se por um buraco na porta e, invariavelmente, o vigia informava ter visto o diabinho executando o seu trabalho.

No The Laws Against Witches (As leis contra as bruxas), publicado em 1645, narra-se que a "bruxa tem uma teta pequena ou grande no corpo, onde o diabo suga; e além da sucção, o diabo deixa no seu corpo outras marcas, algumas vezes com um ponto azulado. E nos prosélitos inferiores o diabo fixa em alguma parte secreta do corpo uma marca, que é a sua chancela, para conhecer os seus. A parte que recebe a marca fica daí por diante insensível e não sangra, mesmo sendo picada ou unhada pela introdução de um alfinete, sovela ou agulheta".

Outro teste usado por Hopkins era o bárbaro costume antigo conhecido por "fazer nadar a bruxa". A idéia primitiva era que o puro elemento da água não receberia uma pessoa que tivesse renunciado ao batismo, como se acreditava ser o caso das bruxas; então, se a pessoa não afundava quando arrastada através da água, ficava provada a sua bruxaria. O processo deste teste — "prova judiciária pela água"— era levar a pessoa a um lago e lá amarrar-se lhe com barbante os polegares aos dedos do pé. A vítima era então colocada num lençol, cuja pontas eram afrouxadamente atadas. A trouxa seria então puxada através do lago por uma corda. Se flutuava, o que era comum por causa da qualidade flutuante da trouxa, a mulher era culpada de bruxaria e consequentemente condenada. No caso da "bruxa" afundar e ser puxada para a praia antes de morrer, a multidão em geral pedia outros testes e novos métodos de torturas eram aplicados.

Finalmente, uma espécie de justiça poética colheu Hopkins, após uma carreira pública longa demais. Críticas abertas aos seus métodos começaram a ser ouvidas. Um padre obscuro de Huntingdon teve a coragem de escrever e pregar contra as crueldades dos descobridores de bruxas em geral, e de Hopkins em particular. Em 1677, foi preso por seus conterrâneos revoltados e sofredores, e submetido ao próprio teste de "natação". Como muitas de suas vítimas em circunstâncias semelhantes, em vez de afundar, ele flutuou. Por isso foi julgado culpado e enforcado como bruxo.

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Conclusão: até quando as pessoas vão ter a mente fechada e acreditarem em bruxaria na idade média? Quem sabe com essas fontes históricas possamos clarear a mente dos seguidores do tipo ovelhinha, que tanto se rebelam por tudo e por todos, mas não são capazes de observarem seus próprios passos.

Para nós do Conselho de Bruxaria Tradicional, focamos nossos estudos dentro do paganismo, sem pretensão de certo ou errado, nosso compromisso está no estudo, na busca por sabedoria e extase, aos que pensam diferente, que fiquem com a visão cristã, com o período das mortes medievais, com a mistureba de sistemas mágicos, mas lembrem, cada crença tem seu nome, seja Catimbó, seja Tambor de Mina, seja Umbanda, é desonroso se apropriar da crença/ cultura alheia para satisfazer o ego e dizer que isso é bruxaria tradicional, pois no máximo que podemos classificar em feitiçaria baseada em sistemas tradicionais.

Caros, antes de aprenderem magia, aprendam a língua portuguesa, mais propriamente etimologia, vai a dica!

Etimologia - é a parte da gramática que trata da história ou origem das palavras e da explicação do significado de palavras através da análise dos elementos que as constituem.

texto:

Conselho de Bruxaria Tradicional




























segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Bruxo, mago, feiticeiro... ?!?!?


Quais são as fontes para pesquisa? 

A primeira poderia vir do Latim.
O latim é uma antiga língua indo-européia do ramo itálico originalmente falada no Lácio, à região do entorno de Roma. Foi amplamente difundida, especialmente na Europa, como a língua oficial da República Romana, do Império Romano e, após a conversão deste último ao cristianismo, da Igreja Católica.

Outra hipótese é a busca fora do latim, em outras línguas, como os primeiros escritos citando a forma etimológica da palavra.

Não dá para se basear no dicionário Michaelis ou Aurélio, visto que algumas palavras sofreram distorção no tramitar do tempo.

Um exemplo disso é a palavra Bruxaria, que é anterior ao período romano na Ibéria, ou seja, a palavra bruxa, bruja como outras foram indexadas ao latim naquelas regiões e chegaram até as línguas portuguesa e espanhola.

Portanto o termo bruxo tem um significado bem diferente constituído pela Igreja Católica, na idade medieval esta sobre a influência cristã, onde qualquer religião, qualquer seita, qualquer espiritualidade era tida como influência diabólica, portanto uma marginalização em massa, se pensarmos assim, teremos o judaísmo como bruxaria, teremos o luteranismo (movimento protestante) como bruxaria, temos um monte de outras crenças alternativas, inclusive o movimento anti-cristão (satanismo).

Não concordamos com o termo bruxaria nesta fase histórica completamente obscura, tanto socialmente como religiosamente falando, pois o diabo nem entra em nossas crenças, esta visão distorcida cabe para quem estuda e pratica magia do período medieval e moderno e nem pode ser considerada como Bruxaria (termo para senda) e sim como um agregado de crenças e feitiçarias subjugadas pela Igreja Católica "bruxarias" - feitiçaria maléfica e marginalizada.

Então o grande problema, que a língua portuguesa traz, por ser uma das mais complexas línguas do mundo, é essa dubialidade, essas "corruptelas" da palavra e do sentido que tornam nossa comunicação tão confusa, promovendo guerrinhas tolas e sem sentido.

Hoje vejo até gente da Umbanda falando que faz "bruxarias" com o significado de feitiçaria obscura, que o Exu dela faz "bruxarias". Para quem busca por raiz sabe que isso em nada tem haver com Bruxaria em essência.

Sobre a palavra "mago"
 Mago: “1. Antigo sacerdote zoroástrico, origem  persa. 2 Astrólogo; adivinho; 3) Homem que pratica magia; 4) Cada um dos três reis que foram a Belém adorar o menino Jesus; 5) significado de maestria”;

Aqui já vi até variação de palavras provém da Língua Persa, magus ou magi, que significa sábio. Da palavra "magi" também surgiram outras tais como "magister", "magista", "magistério", "magistral", "magno", etc.

Mas de forma algum vem do latim "Maleficus" que derivado Maléfico.

Outra fonte:
É comum atribuir a vasta região da Mesopotâmia como a origem dos magos, porque as suas atividades têm muito a ver com a astrologia. A magia praticada pelos magos proliferou a partir do período de domínio persa (537-330 anos antes de Cristo). Os judeus que estiveram exilados naquela região (597-539 a.C.) receberam essa influência, e, ao retornarem, certamente trouxeram a prática da magia e adivinhação para Israel. O livro Atos dos Apóstolos registra a conversão de muitos magos (At 13,6-8; 19,13-19).

É significativo mencionar que o evangelista Mateus registrou a presença de reis magos no evento do nascimento de Jesus, na cidade de Belém. O Evangelho de Mateus não menciona a quantidade, mas a tradição cristã afirma serem três "reis magos", supondo que cada um trazia uma espécie de presente: ouro, incenso e mirra (Mt 2,1-12). Ao mencionar a presença dos reis magos, no nascimento de Jesus, o evangelista queria afirmar a universalidade da mensagem pregada por Jesus Cristo. A manifestação do interesse dos magos do Oriente pelo nascimento de Jesus é completada pelo registro da conversão de pessoas vindas de todos os cantos da terra.

Agora sobre o termo feiticeiro:
1. Aquele que faz feitiço

Quem faz feitiço?
Bruxos, Magos, Umbandistas, Candomblecistas, Cantibozeiros, etc... 

O que são feitiços - Emprego sortilégio, encantamento, procedimento mágicos.
O objetivo é interferir no estado mental, astral, físico e/ou na percepção que outra pessoa tem da realidade. Um feitiço pode ser benéfico, inofensivo ou maligno, no último caso, um exemplo é uma Maldição. Um feitiço pode ser feito através de rituais, utilizando-se de amuletos, palavras mágicas, poções, etc.
(texto extraído de:


Complementando...

Magos e Bruxos

Principais fatores que diferenciam um Mago de um Bruxo:


Bruxo
Orientação politeísta


Mago
Orientação monoteísta

Bruxo
Interage com as energias naturais


Mago
Manipula as energias naturais

Bruxo
Informalidade


Mago
Formalidade

Bruxo
Emotividade


Mago
Racionalidade

Bruxo
Busca vivências


Mago
Busca conhecimento

Bruxo
Vivência é saber


Mago
Conhecimento é poder

Bruxo
Tem a Magia como um estado de espírito. Vive a Magia.





Mago
Faz experimentos complexos

Bruxo
Religiosidade


Mago
Cientificismo

Bruxo
Espírito de comunhão


Mago
Espírito de fraternidade

Mago
Tem a magia como instrumento. Pratica magia.

Bruxo
Ritos de evocação religiosa
Mago
Ritos cerimoniais

Bruxo
Faz feitiços e encantos

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Tu Gitana


Profundo e infinito é você...
Senhor das minhas noites,
Meu sonhar acordado dando movimento ao dia....
E o tempo me acalma
Me consola... enquanto 
em seus braços não estou
E o dia canta em meus ouvidos 
a mais doce melodia do teu amor....
Voa pássaro liberto, mostra-me o caminho
Coração se agita, é o meu amor
Que chega em passos leves 
Definindo o ritmo e a melodia da nossa mais doce canção
E mais uma vez a dança inicia
O véu balança sedutoramente 
Deixando visível apenas aquilo que e necessário...
Um sorriso irônico no ar...
O corpo suado começa a curvar...
Minhas mãos tocando tua pele quente e cheirosa
A fogueira que crepita em nossa homenagem
Dando abertura pra uma nova alegria
E o mistério que nos envolve
Permanece estabelecido...
E nada mais precisa ser dito...
Os olhares se casam...
Nossos lábios se misturam...
Dando continuidade naquilo 
Que não se apaga jamais...


Sou de toda parte e de parte nenhuma..
andarilha dessa vida...
contemplando os caminhos do desconhecido..
a procura de abrigo...
De onde sou... de onde venho e pra onde vou...
é a mais bela incerteza que possuo nessa vida...


http://www.youtube.com/watch?v=2F9GJEhOEKA

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Você Sabia??? rs Muito interessante o texto, leiam....



A palavra Bruxaria é de origem Ibérica, portanto é de nossa herança portuguesa, o entendimento e tradução de outras crenças tradicionais na Europa, tal como Strega (Itália) ou Witch (Inglaterra) ser igual à Bruxa na tradução para o português é de comum fato.

Caso contrário, o nome bruxaria, em sentido polêmico, só poderia ser utilizado para crenças tradicionais da Ibéria, descartando qualquer outra representação.

Em nosso texto, defendemos a tese que todas as manifestações pré-cristãs européias, embora tenham seus nomes conforme as línguas nativas, recebem a mesma tradução, visto a particularidade do idioma, o mesmo ocorre no sentido inverso, isto deveria estar claro, mas reforçamos diante da falta de entendimento que limitados autores escrevem sobre o tema.

Ser um bruxo familiar ou hereditário possui diversas atividades, embora enfatizado pela mídia como feiticeiro, um bruxo (a) pode trabalhar com medicina alternativa através das ervas, originaram o que chamamos de benzedeiras, realizavam o ofício de parteiras, das cozinheiras e suas manipulações entre os alimentos, entre outras atribuições.

Devemos entender que antes do século XIII, antes do Renascimento, todas as técnicas científicas tinham o rótulo de “artes mágicas” por mero desconhecimento do que chamamos hoje de ciência.


Alguns conceitos mais comuns na Bruxaria Familiar:

- Preservação em todas as áreas, faz parte do habito europeu, resguardar seus valores e sua intimidade, portanto existe um grande sentimento de ancestralidade e costumes.

- Bruxos Familiares gostam de falar dos feitos de sua família, com isso a preservação do conhecimento, através dos contos e mitos.

- Senso de família é importantíssimo, portanto conservadores nesse sentido.

- O conhecimento é dado por área de atuação, não exclusivamente limitado ao sexo.

- O poder vem dos atos e das palavras, vem da sabedoria.

- Espiritualidade esta na crença individual. (Na BF. é espiritualidade na BT é religião).

- Grande parte acredita na vida pós-morte.

Identidade

A região do noroeste Ibérico sempre esteve ligada as tradições, é assim com sua música, com seus festejos, com suas crenças, com sua arte e culinária, é uma região de identidade muito própria e específica, com seus costumes e etnia, embora que nas últimas décadas tem recebido além de turistas de vários lugares do mundo e imigrantes que encontram não apenas um local propício para o crescimento financeiro, mas também devido à paixão quase poética pela região.

História

Mesmo através dos séculos, onde existiram muitas invasões de povos da própria Europa como os Romanos, Gregos, Visigodos, Germânicos, ainda assim temos uma supremacia ao falarmos no povo celta, visto pelos contos heróicos de Viriato, visto pela necessidade de identidade e soberania de estado que toca aos reinos da Galiza e Astúrias diante do poder do Reino de Castela, que além de governar tenta dizimar a língua galega em favor da língua oficial, o castelhano.


Espiritualidade

As crenças nativas eram baseadas na devoção aos deuses, sendo comum optarem por um deus patrono, conforme atividade do povoado, sendo algumas destas regiões pesqueiras, portanto deuses que regiam o bom tempo, a boa pesca, tal como também atividades de agricultura fazendo menção a rios para irrigação como para entidades que simbolizavam a fertilidade da terra.

Era comum, como hoje ainda o é, a dedicação a dança e a música, que genericamente chamamos de artes do êxtase.

Mesmo no cotidiano, percebemos uma espiritualidade raiz, as preservações de igrejas estão presentes em antigos lugares de devoção nativa, os santos em tamanho natural que fazem menção as estátuas dos deuses, as crenças populares divulgadas através dos contos, o trabalho herbário, “as simpatias” e as benzedeiras.

Atualmente, a Bruxaria Familiar possui uma crença pagã, mas com atributos católicos devido ao tempo de influência desta religião em específico, o que segue um caminho diferente do significado de Bruxaria Tradicional, visto que a segunda preza por preservar e reconstruir as crenças anteriores ao cristianismo, retirando o verniz cristão e revivendo valores mais próximos dos povos que influenciaram e deram origem à etnia local.

Dentro do culto de Bruxaria Familiar encontraremos particularidades que se encontram apenas naquela família, que é passada de geração em geração, dos mais velhos aos mais novos, não existem ritos como sistemas mágicos complexos e sim, honrarias baseados em desafios e por fases da vida, o aprendizado acontece nas diversas áreas que comportam a complexidade humana, desde o aprendizado de um instrumento musical até o ofício de subsistência, o que difere da conduta da Bruxaria Tradicional que direciona ao mundo Folclórico e Mágico, mas não ao ensino profissional. Mesmo a forma de ensino muda, e encontra um sistema estruturado e hierárquico, dado ao momento histórico e as necessidades dentro de um grupo.

Festejos e Ritualística

Os Festejos familiares são baseados nas comemorações do tempo e da devoção de patronos (deuses/ santos), portanto a época de pescaria, da colheita, do nascimento de caprinos/ bovinos, as fases da lua para um determinado extrativismo, o que encontramos em parte das comemorações regionais e organizadas por instituições culturais, parte nas festas de paróquia que além de preservarem mesclando a crença cristã, incorporaram outras.

Com isso não existe influência de movimentos neo-pagãos, a não ser migratórios em que pouco ou nada interferem nas crenças existentes, restando, dentro do paganismo, a base espiritual de bruxos familiares e o trabalho coeso e direcionado da Bruxaria Tradicional em essência, sem fanatismo de oposição a Igreja Católica, sem o peso da caricatura dada a crenças tidas como demoníacas que, em profundidade não atingem a maestria de culto como senda e somente atingem em grande parte a sociopatia e casos psiquiátricos que hoje são entendidos como patologia mental e não como incorporação de demônios.

Ferramentaria

São elementos do dia a dia, seja de uso profissional (foice, faca), seja de uso doméstico (agulha, tesoura), existem inúmeras técnicas simples utilizadas em “simpatias”, também é comum o uso de objetos que fazem menção a momentos especiais da família, seja algum artesanato de um animal, chifres, pele, seja o reconhecimento de um animal como sagrado, que são recitados em apelidos (nomes mágicos) como em brasões, uma derivação comum dentro do contexto xamanico. Alguns exemplos famosos Galo de Barcelos, Culto ao Touro.
 

Palavras de uma lontra alada....



As pessoas perguntam o que seria peregrinar, têm dúvidas, pois não compreendem o porquê não se pode simplesmente tornar-se um bruxo ou pisar o ponto final de uma hora para a outra através de algumas mudanças de atitude e crenças ou através de uma iniciação. A resposta é simples, não há como tornar-se um bruxo superficialmente! Seja pelo sangue ou por um dom presenteado. É necessário labuta, lapidação, mudança nos padrões de pensamento, na ideologia... E não somente na forma de se vestir, de se expor ou impor-se. Um bruxo é o resultado das conseqüências sofridas por suas ações, tentativas e aprendizados, e não de um conhecimento simplesmente assimilado e mal aplicado.

A peregrinação se faz necessária, as etapas se fazem necessárias. É importante tropeçar e observar as mudanças lentamente ao longo do trajeto. A transmutação é lenta e o impacto é grande em sua vida. Ideologias e paradigmas desmoronarão e se não houver uma base firme, o espírito ruirá ou se perderá no caminho, sem saber por onde voltar e como prosseguir.

A Sabedoria é conquistada com a prática do conhecimento, imaginem então o quão moroso é ser sábio se para a própria conquista do conhecimento é inevitável esmerar-se numa tortuosa batalha.

No decorrer da peregrinação uma nova ética se levanta! A luta contra o ego se torna diária e o peregrino aos poucos retoma o cabresto de sua vida. Aos poucos o que antes era indispensável torna-se um detalhe mesquinho facilmente abandonável. O poder pessoal começa a brotar conforme o caminhante escolhe as cartas a lançar de seu próprio baralho. O Ato de Poder deixa de ser um raro acontecimento e toma lugar na rotina dos afazeres.

Os diversos seres começam a percebê-lo de outra forma: mais consciente - mais unificado e fluídico; menos egoísta e destrutivo - mais compreensivo e aberto aos segredos da existência; menos impulsivo e reativo - mais participativo e compreensivo. O respeito ministrado e adquirido se torna uma característica tão implacável e evidente que possibilita o acesso aos diversos mundos sem a represaria tão comum aos defensores de uma ética dualista.

O bem e o mal são analisados de uma forma mais ampla e não no contexto vão da palavra e insignificante das conseqüências visíveis. Torna-se o bom senso uma sabedoria que guia e facilita ver além, onde residem os complicados propósitos universais. A vida transcende a atmosfera interna da bolha de sabão, que explode, dando ao peregrino a sua liberdade incondicional e o direito de atravessar a porta para uma nova etapa, onde a responsabilidade é muito mais do que um joguete da mal compreendida lei de ação e reação.

Peregrinar é experimentar, saborear lentamente o conhecimento, desde a semente mais doce a mais amarga, deixando brotar dentro de si a sabedoria que crescerá conforme o alimento que lhe for oferecido. Os frutos nascerão podres ou saudáveis, e da forma como se apresentarem atrairão lindos pássaros ou cairão... Perecerão perdidos no solo para que sua essência seja devolvida ao lugar de onde veio. Estes frutos são o resultado do “amadurecer - peregrino” na medida em que transmutou seu conhecimento em sabedoria e aprendeu a extasiar-se à mera observação da beleza de toda a criação.

Somente pode-se chamar de Bruxo, aquele que peregrinou e permitiu-se experimentar os segredos que guardam a poeira da estrada, levantada pelo vento.

Fonte: Peregrino Matheus

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Como encontrar seu animal Guardião?!!?

Hoje aproveitando um momento sossegado na hora do almoço, me pus a pensar em conversas que tive há tempos atrás... reli alguns e-mails antigos e relatos meus que me fizeram refletir muito nessa pequena questão, hoje pra mim, tão simples de sentir... mas complicadinha de explicar em letras e frases. Várias pessoas me perguntaram como descobri meu animal guardião... meu urso... e engraçado pensar nisso hj... foi tão fluídico, tão por acaso... que resolvi abrir um parentes entre meus relatos de peregrina e falar separadamente sobre isso... Como diz a lontrinha... chama atenção até de pessoas desconhecidas... Lembro que em vários exercícios meditativos que eu fazia... sentia uma presença forte, quente... ofegante... e sempre achei que aquilo teria a ver com meu animal... aos poucos estudando, aprendi que meu animal assemelha e muito comigo... na maneira de agir, me portar diante de alguma situação e dificuldades... até mesmo fisicamente... o bom disso é que vc aproveita pra se analisar e aprender a se enxergar como realmente é. Nesse caminho que escolhi pra mim, percebo a importância do autoconhecimento. E como disso partimos pra outros milhares de conhecimentos... como abre portas entender o que se passa dentro de vc... ver a realidade "atrás" dos espelhos... admitir e corrigir erros e atitudes muitas vezes absurdas pra nós ao primeiro olhar... mas é... aprendi muito sobre mim, estudando sobre meu animal. Como a auto aceitação muda a gente completamente...!!! 
Lembro de pequenos flash durante exercícios meditativos... lembro de sonhos onde eu estava em um habitat totalmente selvagem... lembro de patas!! Sim, foi minha primeira dica... olhe suas mãos quando estiver buscando seu animal... aos poucos durante minhas meditações, comecei a me surpreender "me espiando" kkkkkk é serio... é gostoso qdo começamos a ter um pouco de controle sobre nossas projeções, pq tiramos "o coelho da cartola" e mesmo ele sendo ligeiro, alguma coisa fica.. e se entenderam bem minha figura de linguagem, o que quis dizer, é  que mesmo retendo pouca memória do que fiz/vi, trouxe esse detalhe comigo... pois impus isso qdo comecei a meditação... então notei minhas mãos.. e eram patas!! Patas com unhas afiadas!! ai pensei.. uauuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.. sou um felino!!! ai ai... como a gente erra até acertar... kkkkk e como isso é importante nesse caminho, rs errar e não ter a vergonha de tentar mais uma vez... e mais uma... e mais uma... até ter certeza... aos poucos fui percebendo que de felina nada tinha... as características não batiam... já imaginou uma leoa grudenta??? kkkkkkkkkk  é... a minha idéia de leoa foi por água abaixo quando percebi suas características... então comecei a reparar nos aviso do universo e isso fez um miscelânea... rs confundi várias vezes o meu animal com dos meus amigos... cheguei a pensar ser serpente... kkkk imagina eu fria como uma serpenteeee.. kkkkk não... não era eu.... aos poucos vc começa a convidar seu animal pra estar a seu lado... chama por ele e aprende a senti-lo com seus sentidos... se a visão não funcional... tente seu olfato.. veja o que o aroma te lembra.... veja o que sente quando se transporta pra perto dele.. eu caia dentro d'água.. kkkk meu urso é pescador... ou fominha... brincadeiras a parte... dá certo essas experiências... essas tentativas de se aproximar... eu já imaginava que meu animal poderia ser um urso quando fui para o ritual, mas não tinha certeza.... então no meio de td desejei muito ver meu animal... antes das cerimônias começarem, fui ao banheiro e lembro que vi algo no meio dos arbustos me olhando... achei ser um ser perdido por ali.. mas depois pude entender o que vi, era meu animal... ali, olhando pra mim, se mostrando pra mim, mas o racional teima em não concordar... então tive uma segunda chance aquela noite para esse encontro... passei por uma prova muito grande lá... uma confusão, uma aflição grande me tomou em meio processo... vencer o medo não é fácil, e como disse aceitar certas coisas também não... e em um momento de fraqueza e grande tristeza, sentei perto à fogueira e deixei as lágrimas chegarem... pedi ajuda aos deuses para encontrar o que procurava pra entender o porquê naquele momento não me sentia aceita ali... nesse momento uma ursa linda, "ursa mãe", sentou e me abraçou por trás.. naquele momento senti a força do meu urso.. senti ele próximo... bem próximo... não! eu era ele naquele momento.. pude sentir sua pelagem, um urso bebê.... acolhido pela mãe em um lugar longe de tudo ali... foi assim que descobri meu urso.... depois disso entrei no meu processo daquela noite que tanto ansiava.... mais segura, mais protegida e feliz comigo mesma... 
Então... o que quero dizer é que não tem uma fórmula... ele se apresentará pra cada um de nós na hora exata, a sua maneira e característica de ser... se a gente buscar por ele... ele nos buscará também... ele é reflexo, é parte nossa... nossa essência... aprenda a se conhecer e conhecerá a força do teu animal...