terça-feira, 1 de março de 2011

Bruxaria Tradicional - um caminho liberto

Revendo alguns textos podemos observar a palavra liberdade sendo colocada a todo o momento, acreditamos que o caminho da Bruxaria Tradicional é liberto, pois ele nos mostra uma peregrinação de auto-conhecimento, ele não nos cobra participarmos com reuniões semanais, ele não implica em uma junção de procedimentos cerimoniais para culto, não existe o pesar tão duro sobre um deus único e benevolente pronto a te deixar em desgraça por algum deslize, não existe o pecado e nem um ser que te faça pecar, não existe o castigo de queimar no inferno, ou o benefício das 40 virgens, existe apenas o caminho e você, e isto, a nós inspira liberdade.

Mas percebam, essa liberdade em nada tem em comum com ecletismo religioso, a bruxaria é um caminho tal como as diversas trilhas (sendas e religiões) que existem e que te levam a lugares conforme seu objetivo, não quer dizer com isso que seja libertino, herege, ou qualquer outra manifestação de rebeldia, pois o que percebemos nesse tramitar é justamente a harmonia de se viver bem, consigo mesmo e com tudo o que lhe cerca; isso não tem haver com “Paz e Amor” tem haver sim com a sincronia perfeita com o universo, o perfeito estado de êxtase, da manifestação da sabedoria.

Muitas pessoas não concordam com esse pensamento, pois estão fixadas em suas crenças pessoais como se isto fosse um caminho a que todos podem ou deveriam seguir e dão o nome de Bruxaria Tradicional, num sistema exclusivo de feitiçaria, geralmente ligada a tudo o que existe em magia, com base na cultura africana, tal como risco de chão com pemba, símbolos pitagóricos, judaicos ou cristãos, com culto a Exu, com o estereotipo de magia negra, no entanto esse mesclado de crenças e feitiçaria é ligado exclusivamente a crenças íntimas e mesmo dentro de grupos, percebemos uma total desfoque de idéias, o que não poderia ser diferente, não é um caminho e muito menos Bruxaria Tradicional.

Existem pessoas que usam do termo tradição para terem notoriedade no assunto, tradição para nós é base de conhecimento, portanto seria impossível aprender o contexto de tradição por livros, ela é apenas passada pela prática, pela vivência, pela forma oral. Podemos ler, por exemplo, sobre culinária portuguesa, entretanto nunca saberemos a receita legítima dos ditos “Pasteizinhos de Belém”, com isso entendam que ninguém irá colocar estes detalhes em livros, tal como até hoje não sabemos a formula da Coca-Cola, embora muitas empresas façam sabores similares.

Oferecemos um caminho amplo e liberto que possibilita a troca de conhecimento, como também o silêncio da peregrinação, cabe a cada um rever suas bases, pois se você consegue separar seus procedimentos mágicos por religiões, esteja certo que o que segue é apenas uma colcha de retalhos e nada mais do que isso.


Cordialmente,
CBT (Conselho de Bruxaria Tradicional)

3 comentários:

  1. "a quem muito for dado.. muito será cobrado"... pois "muitos estão e não são, assim como muitos são e não estão!... liberdade requer responsabilidade e liberdade não tem a ver com o vale tudo..

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  2. Acho que o roteirista do homem-aranha se inspirou nisso para o clássico "grandes poderes trazem grandes responsabilidades"

    Sobre a rosa, sou alucinada pelas vermelhas...risos... quase roubei a sua...rsss

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  3. Postei esse texto no meu blog. Liberdade caminha lado a lado com a responsabilidade, que ninguém confunda!

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