quarta-feira, 20 de julho de 2011

OBSIDIANA





A Obsidiana é uma pedra exclusivista, que se julga superior às outras.
E, de fato, sob alguns aspectos, o é. Seu ego, superior e divino, é muito acentuado. Cheia de truques, ela age ardilosamente para nos servir.

A obsidiana é lava de erupção vulcânica, é vidro vulcânico. Assim como o cristal fumê, condensa grande carga do elemento fogo, o que explica bem sua função - é uma pedra que lida, acima de tudo, com a purificação do ego, queimando-o e deixando um rastro de cinzas.

Ela sabe que o ego é um empecilho para a plena manifestação do espírito e, por isso, considera-o seu inimigo. Em sua ação, é rude para com ele, detesta-o e move contra ele uma guerra cheia de armadilhas. É tão ardilosa quanto o próprio ego.

Sua tática é anulá-lo ao mostrá-lo inteiramente a nós.
É uma pedra de autoconhecimento, e suas pintas brancas simbolizam os insights que nos proporciona.

A obsidiana está diretamente ligada ao mental inferior humano.
Seu trabalho principal é trazer à nossa consciência a realidade de nossa psique e de nossa memória, realidade da qual procuramos fugir ao lançá-la nas profundezas do inconsciente, no esquecimento.

Fatos dolorosos da infância e juventude, pessoas em que procuramos não pensar, emoções reprimidas, impulsos bloqueados, medos, desejos frustrados. Tudo isso, se reprimido e abandonado no inconsciente, transforma-se em "bacilos podres" que nos influenciam constante e imperceptivelmente.

Os traumas não-resolvidos bloqueiam o pleno desenvolvimento de nossa consciência espiritual.
A maneira de vencer esses recalques é enfrentá-los conscientemente, e é a obsidiana que nos ajuda a conseguir isso. Ela funciona como um espelho cuja luz fere os olhos do ego, que não deseja ver seu próprio reflexo.

Para quem sofre de temores inexplicáveis, a obsidiana anula-os, explicando suas origens. Para quem sofre de insegurança, a pedra dá autoconfiança ao revelar o verdadeiro motivo desse sentimento.

Ela expõe as falhas de nosso caráter. Faz-nos sofrer ao mostrar o mal que fizemos a determinada pessoa, mas assim esclarece nossa consciência para que não repitamos o erro.

Implacavelmente, a obsidiana destrói nossas ilusões e mostra quando perseguimos um objetivo vazio. Apaga os sonhos que nos impedem de ver a verdade nua e crua, sem disfarces.

É muito difícil, para todos nós, encarar as assustadoras larvas mentais que existem incrustadas em nosso ego.

No entanto, apenas se formos capazes de fazê-lo é que conseguiremos expeli-las para sempre de nosso ser.

A obsidiana é uma pedra terapêutica. Possui uma consciência aguçada que detecta, com precisão, aquilo que mais atrapalha nosso conhecimento espiritual. Implacavelmente, atira direto no alvo.

O uso desta pedra corresponde a um tratamento no divã do analista.
Só que, no caso, o "analista" é divinamente inspirado para diagnosticar, de imediato e sem erros, os problemas existentes, e atingir diretamente os pontos afetados.

Esta pedra sagrada tira todo o seu poder de nossa própria vontade de perfeição interior.
No caso de essa vontade ser pequena, ela pouco pode fazer por nós.

Na verdade, a obsidiana age ligada a nosso eu superior.
Como uma luz que nos informa o que fazer, ou o juiz acusador que existe dentro de nós, é a nossa mais pura consciência superior.

Assim como nos fazer recordar o que nos é doloroso é ação inferior da obsidiana, suas pintas brancas representam sua ação superior: os insights que nos explicam o que nos era incompreensível.

Se tivermos de passar por uma experiência dura em certo momento de nossas vidas, ela nos revelará por que aquilo foi necessário.
Por tudo isso, vemos que a obsidiana é também uma pedra de profunda expansão interior: liberta-nos de correntes do passado que impediam nosso pleno desabrochar espiritual.

Além disso, não podemos nos esquecer do lado doce da obsidiana.
Quando recorremos a ela em situações extremas, como um violento choque emocional, sua polaridade se inverte. Ela se torna então suavemente receptiva e emite respostas que logo nos aliviam.

A obsidiana deve ser usada com cautela. Quando a pessoa se sente psicologicamente carregada, deve usar a pedra em grupo, ou pelo menos com um terapeuta de confiança.

Deve também utilizá-la acompanhada de um cristal branco. Melhor ainda se tiver um colar de cristal no pescoço, de modo a cercar positivamente a cabeça.

Sobre os efeitos reversos, lembre-se que a sombra da obsidiana é acentuar os aspectos negativos de nossa personalidade.
Quando acontece é porque ela nos está provocando para que, percebendo este nosso outro lado possa entendê-lo melhor e superá-lo.

Seu objetivo é nos levar pela conscientização tanto de nossa luz quanto de nossa sombra: a primeira, para que a sigamos, a segunda para que a transformemos ao tomar contato.
Os antigos povos indígenas Ramã, não possuíam em sua alma a carga negativa que a obsidiana é capaz de expelir. Os efeitos dessa pedra, então, eram outros, parecidos com os da ayahuasca.

A obsidiana levava seus usuários a viagens pelos mundos subterrâneos do inconsciente coletivo e por reinos espirituais localizados em uma dimensão muito além da nossa.
Com ela, passavam a obter visões do mundo sutil dos animais de poder e de seus deuses. Nesse estado alterado de consciência, os Xamãs, interagindo com o mental divino da pedra, passavam por iniciações mágicas em outras dimensões, tinham o poder e curar a distância e visitavam seus nobres antepassados, os mais antigos Xamãs.

No processo iniciático, há uma fase em que o neófito moderno passa pela etapa obsidiana de purificação do ego. Essa fase é uma etapa indispensável e fundamental.
Se sair dela vitorioso, passará a ter a capacidade de conhecer essa outra faceta da pedra, já conhecida pelos antigos sábios.
Entrando nesse nível, passará a ter acesso a todos os poderes mágicos por eles alcançados.

Seus atributos:

Chakra: O primeiro (Muladhara ou básico)

Sephira: Décima, Malkuth ou Reino

Signos: Câncer e Capricórnio

Elementos: Terra e Fogo

Animal Mítico: Centauro

Armas simbólicas: Corrente ou Cinturão

Perfume: Tabaco

Planta: Urtiga

Luz: Proteção e sabedoria

Sombra: Negatividade

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