terça-feira, 18 de outubro de 2011

Ansiedade e medo: combustíveis de vida




Eu era um menino terrível, brigava com meus irmãos, desobedecia a meus pais, enfim personificação do próprio pestinha.

Aos dez anos fui para um colégio interno e só então comecei a tomar conhecimento de dois companheiros de vida: o medo e a ansiedade.

A timidez, o receio de conviver com o sexo oposto e a dificuldade de trabalhar em grupo eram alguns dos sintomas desse medo e dessa ansiedade.

Consegui ser o primeiro da classe, ganhava muitas medalhas, mas tinha muito medo do mundo lá fora.

A superação desses problemas ameaçou quando aos 14 anos fui para o Rio; mais do que ir para a cidade grande fui morar sozinho. Meu pai comprou um apartamento, me deu uma pequena mesada e me disse: Agora a bola é sua.

Nessa época eu pensava em terminar o científico e fazer medicina; não me passava pela cabeça ser consultor, alguém que com grande freqüência conduz seminários, faz palestras etc.

Embora meu futuro ainda não estivesse claro, foi aí que comecei meu aprendizado como apresentador e consultor.

As lições que aprendi desde então, vou colocá-las sem qualquer ordem cronológica, apenas com o intuito de buscar alguma identificação com o leitor.

– Estar sozinho, não ter alguém para nos ajudar, causa um grande pânico inicial, mas como dependemos de nós mesmos a coisa acaba saindo, pois não dá para delegar para terceiros.

– Às vezes, uma tarefa/apresentação nos parece grande demais para nossa competência ou disponibilidade de tempo. ALAN LAKEIN, consultor de administração do tempo me ensinou a técnica do queijo suíço, isto é, decompor o todo em pequenas partes e ir desenvolvendo uma a uma.

– A procrastinação é um problema terrível. Adiamos o que não gostamos ou temos medo de fazer. Vencê-los depende de alguns pequenos macetes: divulgue suas metas para as pessoas que o cercam – vai ficar mais difícil adiar –, dê um prêmio a si mesmo quando conseguir fazer, procure fazer junto com outra pessoa a quem você respeita tecnicamente.

– A ansiedade e o medo é algo que se vence, pelo menos no meu caso, com uma grande antecipação do processo de planejamento da atividade principal. Começar a pensar naquele problema 3/4 meses antes nos ajuda a ter mais segurança em relação ao que deve ser feito.

– Você precisa convencer você mesmo que é bom em determinado assunto; um dos caminhos para isso é convencer primeiro aqueles que o cercam. Use e abuse do marketing pessoal, faça e conte logo para os outros, escreva muito etc. Se o mundo o aceitar como competente, por que não concordar com isso?

– O grande aspecto positivo da ansiedade é o de nos impulsionar a fazer mais rápido e atender mais prontamente etc. Ela nos possibilita o uso do tempo como instrumento de vantagem competitiva.

– Já o aspecto positivo do medo é o de nos forçar a fazer tudo da melhor maneira possível, para não correr o risco de fazer mal feito ou de forma incompleta. Nesse aspecto o medo é um combustível da excelência.

Queria encerrar com algumas considerações sobre o erro...

– Tanto o medo como a ansiedade podem nos levar ao erro. Por incrível que pareça, errar é bom, pois só quem erra aprende, e pode inovar.

– O importante no erro não é a busca dos culpados ou dos responsáveis pelo erro, mas de suas causas, para eliminá-las e evitar uma possível reincidência.

– Lembre-se de que quanto mais cedo erramos, menor será o prejuízo. É melhor errar como mensageiro do que como presidente da empresa.


Fonte
JUNQUEIRA, Luiz Augusto Costacurta. Ansiedade e medo: combustíveis de vida. Disponível em: <http://www.institutomvc.com.br/costacurta/artla33_ansiedade_
medo.htm>. Acesso em: 24 mar. 2008.




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