sábado, 28 de setembro de 2013

Parecia que não ia acontecer com a gente, nosso amor era tão firme forte e diferente...


Acabo de assistir um filme chamado "A vida de nós dois", nossa... lembro que a primeira vez que o assisti ainda era casada e meu ex marido e eu após ve-lo, nos prometemos que isso nunca aconteceria conosco. Que se um dia nos separássemos, seriamos parceiros e continuaríamos sendo bons amigos. 
Ficamos 10 anos juntos, começamos tão cedo a desfrutar do amor, da vida a dois que acho que não nos demos conta do quanto estávamos abrindo mão e do quanto isso pesaria lá na frente. Conheci o Jim pela internet, nos tornamos bons amigos e confidentes em pouco tempo, e quando nos encontramos pessoalmente, foi quase instantâneo nos apaixonar. Eu era tão nova, ele trazia tanta novidade à minha vida. Ele era tudo que eu queria num namorado, ele começou a me ensinar a viver a vida. E isso me deixava em êxtase... hoje vejo que sempre necessitei de liberdade, de conhecer coisa nova, de mudar, de desfrutar o mundo desconhecido. E foi nessa aventura que adentrei ao lado do meu primeiro grande amor. Vivi com ele minhas grandes experiencias, meus grandes prazeres... eu tinha tudo ali, um grande amigo e um grande amor... engravidamos, saltamos nessa vida de casal sem pestanejar e foi bom, muito bom alias... mas a responsabilidade triplicou e talvez nem estivéssemos tão preparados pra isso... mas a gente tocou, e a gente levou da melhor maneira possível, criamos filhos com amor e esforço... abrimos mão de muita coisa pra ter td que achamos necessário ter no momento. Mas não é fácil, não é fácil compartilhar, dividir, acompanhar um ao outro sem deixar parte de vc pra trás... ainda mais quando nesse processo ainda estamos crescendo... aprendendo... e isso aconteceu conosco. Crescemos e só depois de uma vida toda montada, que fomos percebendo o que queríamos da nossa vida, do que queríamos ter, conquistar, fazer dos nossos dias. Não que isso não pudesse se encaixar no nosso dia a dia em família. Poderia! Poderia se nossas conquistas fossem um pouco parecidas e caminhássemos no mesmo caminho. Mas não, nossos Eus queriam trilhar caminhos opostos e nos perdemos em nos dividir entre nossos eu e nós. Aos poucos não tínhamos mais diálogos, não tínhamos mais locais preferidos em comum, e nos tornamos dois estranhos numa casa, onde o que nos unia era as crianças e o que queríamos pra elas. Aos poucos fomos tentando e tentando e forçando e fingindo e se engando... não tem como negar que os últimos dois anos já sabíamos que não daria mais certo. Lembro do nosso último ano novo no sítio da irmã dele onde do nada me veio aquelas coiss que tenho sempre, aquelas "premonições" do que viria e eu vi nitidamente que aquele seria nosso último ano novo juntos. sentei na escada e chorei, chorei chorei tanto que doía o peito. Ele sentou ao meu lado me abraçou e me perguntar o que houve eu disse td aquilo que tinha sentido/visto ele me abraçou e disse que tudo ficaria bem, sabíamos que ele estava mentindo, que também não acreditava naquilo. Aquela noite foi mórbida pra mim, como se visualizasse um flash back feliz que havia já perdido.
Três meses depois daquilo, voltamos a nossa vida ausente um do outro, comecei minha faculdade parada há anos atrás quando começamos nossa família, fiz amigos... comecei a desenvolver meus interesses e talvez isso o tenha irritado. A gente não se procurava mais, eu preferia passar minhas noites na internet conversando com amigos, com amores virtuais tão inocentes, típicos de alguém carente e sem perspectiva. Uma noite ele me ouviu dizer à meu melhor amigo na época que o amava. Não sei se ele realmente não entendia aquele amor de amigos/confidentes - que era coisa que tínhamos como quando começamos - ou mesmo se isso virou motivo de desconfiança por saber como eu e ele de uma grande amizade nos tornamos marido ou mulher, ou se simplesmente precisa de um motivo pra por em prática o que já tava na cara, o fim do casamento. Naquela noite ele disse tudo que odiava em mim, e tudo que ele disse era quem eu era agora. No que tinha me tornado. Minha religião, meus ideais, minha vida toda era uma grande agressão à ele e a nossa família. Eu ainda tentei voltar atrás e dizer que faria tudo diferente pra ficar com ele e continuar nossa família, mas hoje reconheço que era medo. Eu não sabia nada da vida naquela época, não ia no centro de Guarulhos sozinha, não tinha emprego, formação, amigos... nada... eu não era nada e não tinha nada. Tudo que eu tinha  na vida era minha família. Que eu assistia dia a dia desmoronar por não termos mais nada em comum. 
Conversamos bastante, passamos 3 meses debaixo do mesmo teto e  em quartos diferentes tentando descobrir o que queríamos e faríamos... mas aquela coisa dentro de mim que não aguenta comodismo começou a me tomar mais uma vez e eu sentia dentro de mim que não podíamos ficar naquela mentira... tinha medo que aquilo tinha sido apenas umas desculpa para separarmos de quarto de vez e viver um casamento de mentira como tanto vemos ter por ai... velhinhos juntos, porém arrependidos de nunca ter de fato vivido a vida. Ai um sábado eu acordei destinada a fazer td dar certo outra vez entre nós, lembro que fomos no shopping com as crianças, foi tão bom... estávamos tão família de novo, se dando bem, rindo junto.... lembro que entramos numa loja e eu fiz ele comprar roupas pra ele, escolhemos e deixamos ele lindão. 
Quando chegamos em casa e lembramos do quarto separado, ele começou a chorar... lembro que naquela noite ele me disse que tava sufocado e não sabia o que fazer, que queria por pra fora e conversar sobre, mas comigo não dava. Eu aconselhei ele a sair com amigos, falar com alguém pra não ficar assim. Que precisamos decidir o que fazer de nós; Ele fez isso, foi tomar cerveja com uns amigos do trabalho. Ele voltou tão mais alegre, comunicativo, aos poucos a gente ia se soltando um com o outro sabe... achei que ficaríamos bem. Ele tava mais feliz. Então na véspera do feriado da pascoa, ele saiu de novo com os amigos, naquela noite ele voltou bem tarde, algo dentro de mim já tinha me avisado que algo acontecera. 
Eu tive a prova que ele tinha estado com outra mulher. Me senti tão humilhada! Mas ao mesmo tempo uma força cresceu dentro de mim e quis por fim em tudo. Pedi que ele saísse de casa no dia seguinte. Tá, ele foi morar na casa ao lado, o pai dele era vizinho... ainda sentia que poderíamos voltar. Até que um dia voltando da faculdade, vi ele dentro de um carro parado em frente de casa com outra mulher. Detalhe, devia ter 20 anos a mais que eu. Pensa numa pessoa virada no avesso, queria bater nele com algo bem pesado. Queria estar longe o máximo  possível dele, enfim, queria que parasse de doer. Queria não me sentir envergonhada perto da família dele, ou até mesmo dos vizinhos que devem te-los visto juntos. Engoli a família dele ter me acusado de adultério, engoli o medo de trabalhar em um lugar desconhecido e arrumei um trampo em SP e decidi dar um jeito em td sem a ajuda dele.
No dia seguinte já tinha arrumado advogado e pedi a separação. Ele ainda não acreditava muito, até assinarmos tudo. No dia da assinatura ainda foi bem esquisito, sentados na frente do fórum esperando a nossa vez, nos tornamos amigos de novo, rimos, conversamos, estivemos juntos como lá atrás quando ele era apenas o Jim e eu a Lua. Ali ele me disse que eu teria sempre o melhor amigo que eu já podia ter desejado na vida. eu acreditei. Mas ao sair do fórum, nos despedimos e cada um foi pra um lado e ali me senti de fato sozinha. 
Arrumei minha vida, comprei minha casa, dei estabilidade aos meus filhos, ralei pra terminar minha faculdade, arrumei amigos, dei liberdade a minha religião e forma de vida. Conheci os lugares que sempre quis conhecer e nunca ele tinha me levado... fiz muita coisa que antes me sentia presa pra fazer. Conheci novas bocas, novos toques... novos olhares! E mesmo não me identificando ou me abrindo muito pra nenhum deles, eu prossegui a minha vida. E sou muito feliz por isso hoje. Dei a volta e me amo bem mais do que amava naquela época. Aprendi a me cuidar, me gostar um pouco mais... a aceitar meus defeitos e dificuldades e lutar pra aprender a cada dia como melhora-los. 
Só que nessa trajetória, ele mudou também. E de repente quem me tornei ele passou a odiar. Passamos pela fase da boa convivência, dela pra uma fase de discordância, seguida de uma fase de brigas até chegarmos no ápice do desrespeito e eu com aquela que surge em momentos decisivos, resolvi me mudar de cidade e me afastar totalmente dele. Fato... E hoje mal nos cumprimentamos. 
A família dele meio que me rejeitou, parou de falar comigo... enfim, nos tornamos dois estranhos que mal consegue trocar uma palavra. Hoje me irrita deixar que ele leve meus filhos, é quase uma afronta... é um sentimento de aversão... enfim. É pai deles, sei que eles precisam conviver, mas dói. Dói ser lembrada de como essa relação terminou, de como nada sobrou de uma vida juntos; Por ele não saber aceitar a pessoa que sou hj, por ele não entender e talvez nem querer estar perto da pessoa que me tornei. 
Ele não me permitiu crescer nesses 10 anos juntos, eu por comodismo ou medo, sei lá embarquei e acabei deixando pra lá minha vida pra viver a nossa vida juntos e isso é um erro.
Meu conselho aos que hj pensam em casar? Não se anulem! se abram mas não a ponto de perder sua identidade, descubra quem é o outro, veja se gosta, veja se aceita e ta disposto a compartilhar disso tudo. Não tente mudar as pessoas, e se elas mudarem, deem apoio, pq essa é a lei da vida, se transformar... evoluir, crescer e se descobrir. E por favor, se se casarem e descobrir que não é mais feliz nisso tudo, seja leal, abra o jogo e se permitam À felicidade. Para que no futuro não haja arrependimentos ou culpado. E não esqueçam, que não vale a pena o desentendimento. é uma energia gasta desnecessariamente. Não nos leva a nada, não nos trás nada de bom. 
É uma pena não sermos mais amigos, como meus pais são, seus pais são... mesmo depois de separados por motivos bem piores que os nossos... é uma pena vc ter se fechado pra mim. Não te desejo mal, pelo contrário, acho que sempre vou amar você, ou quem vc foi...mas não sou obrigada a ser como vc quer. Não sou obrigada a viver uma mentira pra ser mais comodo. Sou apenas eu... e sou feliz com isso. Queria que pudesse entender e estar feliz por mim tb. 
Hoje senti saudades ao ver esse filme... não do nosso amor casal, não de vc como homem... mas de poder partilhar momentos ricos de nossas vidas, nossos filhos... sentir que vc não é o inimigo, que tudo não foi em vão. 


Não sei viver pela metade! Eu quero tudo! Quero cor... Sentir!




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