segunda-feira, 1 de junho de 2020

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Uma vez o mestre me colocou no vazio para aprender. Perplexa, perguntei ao mestre, o que tenho para aprender no nada? O nada só machuca, faz falta, me entristece... e não obtive resposta... ou achei na época que não  tive. Ele me deu a chance de aprender a me refazer, de entender e amenizar o que estaria por vir. Porque? Essa palavrinha constante em nossos vocabulários, essa palavrinha que tanto diz e pouco se explica. Essas fases da vida em que sempre me pego tropeçando em mim mesma, no meu particular, nos meus sentimentos imensos que não sei lidar... Essa coisa chamada vida, que de tão viva se move além do que estou pronta pra ver passar, partir e mudar. São grupos e famílias desunidas, triângulos infinitos que não duram nem uma briga, amizade de irmãs, pedaços que como água usada, desce pelo ralo. 
E o que persiste ao tempo? O que acontece com o sentimento? Será sempre um grande desencontro? E esse apego, minha sina de viver? Será que um dia a frieza que tanto desprezo nas pessoas fará da minha vida mais fácil? Quanto mais aprendo sobre o amor, mais me decepciono com as pessoas e isso não deveria estar certo. Devo eu me reservar à minha cabana? Devo eu aprender a ser feliz comigo mesma e só? Isso ainda é amor? 
Ok, recolho-me a mim, ao meu hibernar outra vez... guardo os melhores momentos naquela caixinha de música tão conhecida, abro espaço, me preparo para o novo, para o belo e tocável amanhã. Levo os sorrisos e abraços leves me que me fizeram tantas vezes voar... me contendo em olhar bem pouco para trás...e de mãos dadas comigo mesmo, continuar a caminhar entre as folhas de outono caídas no chão.

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