O mundo onde vivemos está doente. E porquê? Como chegou a
isso? O que poderia ser feito de diferente para evitar tais complicações e
resultados?
Na minha visão, o mundo está doente, pois nós, ditos seres
humanos racionais e mais evoluídos, o deixamos assim. Um apanhado de ações
egoístas, egocêntricas e covardes.
Gosto de refletir o que estamos fazendo aqui nesse mundo,
quase sempre chego a mesma conclusão: Buscando nossa evolução! Seja espiritual,
mental ou física... tudo que buscamos é o equilíbrio necessário para que tudo
isso seja uma coisa só. Estamos aqui para aprender a sermos melhores como pessoa,
como criatura, como parte de todo esse universo perfeito que vivemos e não
entendemos. Acredito que o homem não seja produto do meio, e sim que o meio é
produto do homem. Então se queremos um mundo melhor, precisamos ser pessoas
melhores para o mundo. E o mundo esse ano entrou em colapso. Às vezes as
maiores lições estão nas entrelinhas de grandes acontecimentos, aqueles que
mais nos abalam e nos tiram o chão, nos tira da zona de conforto e nos faz
encarar de frente nossos receios, dificuldades e defeitos. Muitas pessoas
evitam pensar no sofrimento e nas coisas que nos afetam e nos magoam, mas
acredito eu depois de refletir muito nos meus “fantasmas” que são neles que
vivem as respostas que tanto busco, para trazer entendimento e aceitação.
Coragem e determinação para mudar aquilo que eu não gosto em mim e ao meu
redor. Acredito que tudo nessa vida, principalmente nas coisas ditas “ruins” sempre
há o lado positivo, aquilo que de fato temos que abordar... temos que aprender
a achar a beleza nas coisas feias... se é que são feias!?
Pensei bastante na contribuição que a minha existência
deixaria no mundo hoje, caso daqui partisse... seria ela proveitosa a alguém?
Teria eu feito diferença nesse mundo? Teria eu realizado meus desejos mais
profundos?
Acredito que essa pandemia veio para que possamos encarar de
frente muitos desses males que envenenam nosso ser, tornando a nossa existência
tóxica. Essa pandemia veio para nos mostrar o que realmente importa nessa vida,
o que devemos cuidar e valorizar acima de tudo. A maioria sentiu grande
dificuldade em ficar quieto dentro de sua própria casa, com os seus
familiares... e me pergunto porquê? Não deveria ser o lugar mais sagrado do
mundo? Com as pessoas mais importantes do mundo? Se a resposta for não,
acredito eu, que a doença da pessoa começa ali!!! Porque nosso lar deveria ser
o local onde recarregamos nossa bateria de vida, onde nos soltamos e iluminamos,
onde nos cercamos de coisas que nos fazem feliz! Onde podemos conduzir e mexer
a vontade para trazer a paz e alegria para dentro da gente. As pessoas não sabem
lidar com o não poder... não entendem o que é liberdade, as pessoas não querem
lidar com o não... acredito que que essa pandemia veio nos mostrar que
precisamos pensar um nos outros para todos poderem sobreviver, que devemos
dividir para poder progredir... que não basta falar e sim agir! Ser e não ter!
Que devemos tratar com mais atenção dos nossos idosos, que
chega uma hora que somos nós “filhos”, que devemos bater de frente com o mundo
para protege-los como fizeram com a gente quando criança. A pandemia veio para
mostrar que apesar da facilidade que o meio avançado de comunicação nos
proporciona hoje em dia, nada se compara à um abraço, a um encontro, a um
olhar... ao toque de quem amamos. Essa pandemia veio para nos lembrar de ter fé
e esperança que tudo ficará bem, que os Deuses não nos desamparam... que se
fechou uma porta, cabe a nós acharmos uma janela, que certamente deixaram
aberta para nós. Somos todos capazes!
De repente começamos a dar mais atenção para nossa casa,
para os nossos familiares, para as coisas que gostamos de fazer e nunca
arrumamos tempo para pôr em prática. Aprendi nessa quarentena a desacelerar... bom,
um pouco... rs ...de colocar dentro do meu tempo, coisas para preencher não só
meu mundo material, mas meu mundo intelectual, meu mundo interno...
To aprendendo com o tempo, a preenche-lo com discernimento e
conteúdo produtivo e positivo. E não gasta-lo com coisas que não nos
acrescentam nada. To aprendendo ainda mais a ouvir o que o meu eu interior
fala... aprender o que eu faço que de fato gosto e me faz feliz... aprendendo
como lidar com as coisas que tenho que fazer e não gosto, mas é necessário.
Estou aprendendo nesse tempo a analisar mais as pessoas, a
entender porque algumas me incomodam, outras me agradam e o que tenho a aprender
com cada caso. Como posso crescer com cada experiência? Como cada situação pode
ser determinante na pessoa que quero me tornar nessa vida. Estou trabalhando o
perdão, a aceitação e a empatia.
Nessa quarentena lidei com a falta de controle. Como para
mim isso é torturante... to aprendendo...
Com meu filho de volta a minha casa, aprendi a lidar com as
palavras para tentar trazer alguma clareza e alegria para ele, que passava por
um momento difícil da sua evolução. Aprendi um pouco mais a não explodir com
coisas que não posso consertar, porque nem sempre cabe a mim consertar... que a
sabedoria vive em saber o momento exato de falar e agir. As vezes apenas
observar e estar ali. Percebi o quanto conversar com meus filhos fazia tanta
diferença na forma deles reagirem a situações diversas... percebi na quarentena
como é simples fazer os pais da gente sorrir, como eles gostam de ser cuidados
e ser o centro das nossas atenções novamente, como quando a gente é criança e
tudo na nossa vida gira em torno deles. Como as vezes tudo que eles querem é um
momento para ser eterno e como um dia sentirei muita falta desses momentos.
Nessa quarentena voltei a pôr em prática uma coisa que sempre amei fazer e por
achar que não tinha tempo, deixei de lado... escrever. E como isso alivia a
gente, como isso ajuda a nos entender e nos ler... a notar nossa evolução em
cada ano que passa e pensamento que muda. Nessa quarentena resolvi me permitir,
me relacionar com alguém, com toda a dificuldade que essa decisão envolve. A
palavra é essa... permitir... tentar... fazer diferente do que faria
normalmente... exercitei a minha paciência...rs
Nessa quarentena exercitei o habito de trabalhar a
espiritualidade dentro e não fora... fiz de mim um templo, a minha natureza, já
que não estou podendo estar em meio dela... Coloquei muito sons e cores nele! Rs
Resumindo, confesso que não senti grandes dificuldades
nesses dias de confinamento, adoro ficar em casa... meu trabalho consegui fazer
perfeitamente, minhas relações foram bem administradas, através de redes
sociais, permaneci perto e presente na vida de quem gosto. Consegui montar uma
agenda e encher meu dia com todas as tarefas necessárias para que minha vida
andasse... não tenho o que reclamar, só a agradecer... apesar disso rezo todas
as noites para que esses dias incertos acabem e possamos colocar toda essa
bagagem de “consciência das coisas” em prática, no nosso dia a dia.
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