quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

FENÓMENOS E SEMÂNTICA DA BRUXARIA TRADICIONAL


Estamos em mais uma jornada sobre o esclarecimento quanto aBruxaria Tradicional, e embora tenhamos visto muita embolação de textos, muitos caminhos tortuosos para designar coisas tão simples e óbvias que não precisam ser expressas em mais de três páginas.

Bruxaria Tradicional é apenas um caminho de crença, quem tem o conhecimento não precisa estender-se e camuflar-se sobre as palavras. E ao contrário do que dizem - que somos oposição e que estamos “contra a maré” - dizemos que não somos oposição! Apenas retratamos o que é Bruxaria Tradicional e que todo bruxo tradicional sabedor da crença reconhece.

É estranho pensar que estamos “contra a maré”, nós acreditamos em crenças que fazem diferença e não em cópias plagiadas e filosofias desconectas. Para se ter idéia, a “modernização” de conceitos é bem mais ultrapassada do que se possa imaginar, mundialmente existe um esforço muito grande de preservação de culturas, de folclore, de arte e de línguas, e isto ocorre nas diferentes áreas, etnias e regiões, ou seja, mais e mais pessoas estão buscando culturas diferentes à do “fast-food”.



Nós agradecemos a autores que falam sobre o que poderia ser “Bruxaria Tradicional”, nos dando a chance de poder esclarecer este tão belo caminho. Alguns leitores até chegam confusos trazendo textos carregados e agressivos que mais parecem com uma dissidência da Wicca, visto que pregam a mesma ideologia, porém plagiando sistemas de outras vertentes ocultistas.

Em nossos textos anteriores, falamos do termo aceitação como permissão, e por curiosidade observamos a seguinte frase: “repostado sob permissão” em um desses textos que simpatizantes nos trazem. O que comprova que um bruxo precisa pedir as devidas “autorizações”! Aos poucos promovemos consciência e real conhecimento do que colocamos como Bruxaria Tradicional.

É comum também o uso de fontes de magistas e não “bruxos tradicionais” como Austin Osman Spare, que foi como um aprendiz de Aleister Crowley entre outros feitos, ligado a ordem Argenteum Astrum. (para quem não conhece Crowley, veja sobre Thelema).



Percebam a origem das fontes de conhecimento e encontrarão a sua devida ordem iniciática. Perceberão com isso que são magistas e não bruxos tradicionais.

Outro dia um leitor que se direciona para Magic Chaos e Satanismo comentou com um total desprezo estas iniciativas superficiais “neo-tradicionais”, visto que não assumem a origem de onde absorvem seu conhecimento, como também querem criar uma ritualização eclética usando o nome de Bruxaria Tradicional, é fato, que tais atos criam desconforto tanto para ocultistas sérios como para as tradicionais escolas de mistérios.

O problema não é o fato de usarem este ou aquela designação, o problema é a desinformação, visto que muitos bruxos tradicionais não acreditam nesses valores, não tem a mesma crença, causando indignação e desrespeito às crenças que muitos lutam por preservar e que são tomadas com total descaso e superficialidade.

Mas voltamos à questão que comenta da bruxaria “cruzando oceanos, gerações”, e por isso ela deve ser igual aquela religião neo-pagã que alguns criticam, não é antagônico? Para debater com neo-pagãos usam de conceitos tradicionalistas, para debater com tradicionalistas usam de conceitos neo-pagãos. A final de contas essa bruxaria tradicional tardia é apenas uma distorção do termo magista, alguns até se acham magos, não pagãos, acreditam em inferno, usam apelidos com nomes satanistas, utilizam de autores de outros caminhos e dizem que o passado foi bom, mas o negócio é o ser moderno! Devemos dizer que esses textos são uma grande anedota para todos os tradicionalistas e colegas de outras ordens em magia.

A questão básica é:
“O que difere você - Bruxo Tradicional “moderno” - de um Feiticeiro Pragmático tal como alguém do Magic Chaos?


Pense, reflita, pois verá por si mesmo que não existe diferença a não ser pelo dualismo dado pelo mito dividindo o mundo nos filhos de Bel e Cain (puro dualismo judaico cristão).

Resumindo: são óbvias demais tais influências, seria uma falta de visão mesclada a uma proposta que não agrega nada de novo ou de valor que se deva investir, a não ser no comércio e uma capa nova para uma específica religião neo-pagã.

O primeiro ponto é não confundir CRENÇAS TRADICIONAIS com Bruxaria, é a mesma sina do Xamanismo que virou rótulo para toda crença tradicional mundial, é esta generalização que nós não buscamos.
Uma coisa é certa: Não comungamos da mesma crença! O nosso caminho é de preservação e reconstrução.


Sobre a busca etimológica da palavra bruxaria, acreditamos que pelo menos, descobriram que é de herança Ibérica e não latina, vou postar a fonte que distorceram, segue abaixo com o devido autor:
“bruxaria - Embora alguns autores tentem provar que o vocábulo proveio do Latim, o mais provável é que ele já existisse em algum dos dialetos falados na Península Ibérica antes da chegada dos romanos, como foi o caso de bezerro, cama, morro e sarna. Esta hipótese é reforçada pelo fato de só aparecer nas línguas ibéricas (Português bruxa, Espanhol bruja, Catalão bruixa); se viesse do Latim, deveria também estar presente no Francês (que usa sorcière) e no Italiano (que usa strega), que também pertencem à família das línguas românicas.”


Autor: Cláudio Moreno
Formado em Letras da UFRGS, com habilitação em Português e Grego.
Doutor em Letras com a tese Morfologia Nominal do Português
Portanto nossos estudos em reconstrução, principalmente, são resguardados por pessoas doutoradas na área de aplicação e não por pseudo-conhecimento.


Conforme o ditado popular “cada macaco no seu galho”, nós não acreditamos que o voodoo seja bruxaria tradicional, ele é feitiçaria tradicional do Haiti, de Louisiana, ou seja, tudo tem sua origem, seu devido nome.

A questão é muito simples com relação ao entendimento do que é Bruxaria Tradicional, e seus parâmetros de caminho, ou você anda neles, ou você está fora! Isso não fomos nós do CBT que traçamos, deve-se entender que ao não aceitar estes conceitos, fala-se de outro caminho, seja lá a forma como o queira chamar.

A superficialidade e a mediocridade não são problemas exclusivos da Bruxaria Tradicional, estão impregnadas em muitos ramos do ocultismo. O primeiro passo antes de se aprofundar em qualquer caminho é conhecê-lo, não vemos a necessidade de um caminho existir se ele é uma cópia de outro, não existe função em se ter um nome tradicional para quem não preza pela tradicionalidade!

Já escutamos o lema: “um homem que tem uma visão” a visão pode ser um objetivo, mas no contexto geral é apenas observação, e se você não enxerga que:

Bruxaria = Cultos pré-cristãos
Tradicional = Preservação de Costumes, Folclore, e tudo o que implica na preservação de valores.


Não há o que dizer, a não ser lamentar sua falta de entendimento sobre semântica, sobre a etimologia das palavras.
Como dissemos antes, o Conselho de Bruxaria Tradicional é para gente séria e centrada no caminho tradicionalista.


Aos que desejarem conhecer sistemas mágicos e pragmáticos recomendamos a Magic Chaos, Thelema, Satanismo, OTO, .’.A.’.A, Rosa Cruz, entre outras, nesses caminhos tradicionais, não ocorrerá à distorção e se dará um entendimento direto.

Nós que pregamos a bruxaria tradicional em essência, oferecemos um caminho politeísta, pagão, ancestral, folclórico, entre muitas outras áreas.

Uma das funções do CBT, entre muitas outras, é fornecer suporte legal aos seus membros, como também às pessoas que se sintam prejudicadas por entidades, pessoas e até mesmo por produtos que ofendam o direito do aprendiz. Por esta e por outras, muitas pessoas mal intencionadas tendem a se rebelar, sorte para uns, azar para outros!

Texto: Conselho de Bruxaria Tradicional (CBT)

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