A
vida é surpreendente, e amo isso demais....
Sou
o tipo de pessoa que gosta de programar tudo que faz, raramente deixo o acaso
me guiar... e são esses momentos, que andam valendo a pena... que mais me enche
de felicidade. O acaso! E esquecemos-nos
disso.
Há
muito tempo não faço um trabalho com a Rainha tão empolgante, tão pleno e
especial... E gostaria de relatar todo aprendizado que obtive nessa tarde ao me
permitir ao novo.
Semana
passada estava um pouco confusa em relação ao meu caminho, as minhas escolhas e
necessidades espirituais. Ando na busca de um novo “lar” um novo grupo que possa
partilhar meus ensinamentos com pessoas de pensamentos similares aos meus...
que entenda o que faço e que contemple esse mundo tão belo em que hoje graças
aos deuses eu vivo.
Feriado
de carnaval chegando, eu em casa sem planos, até conversar com uma amiga e me lembrar
de um evento em um “lar” de amigos
adoráveis; Uma casa em que estive apenas uma vez e não tive o resultado
esperado. Pensando até em deixa-lo de lado... Mas hj eu entendi o pq, e tive a
chance de remediar e superar todo esse bloqueio.
Cheguei
uma noite antes para partilhar de boa conversa com os amigos, mal eu imaginava
que essa conversa tão casual, seria os tópicos mais importantes de todo meu
trabalho espiritual do dia seguinte, mal eu percebia que cada tópico viraria um
ensinamento grandioso nessa tarde de domingo chuvosa. Quase no fim da noite, me
abri ao mestre tabaco, pedindo proteção e clareza naquela trajetória... tive
uma conversa séria e franca com uma amiga querida que estava chateada... por
motivos que convivo todos os dias... incrível como pessoas de vidas tão
diferentes podem apresentar os mesmo conflitos internos. Falamos de
dificuldades em relacionamentos, em interagir, falamos de apego e de perdas...
falamos de se auto conhecer como resolução de muitos dos nossos problemas... de
se auto afirmar, programação mental e se abrir para as possibilidades boas...
deixando o negativismo e o medo de lado... que sair da zona de conforto era
necessário para ser feliz, por mais duro que fosse nos primeiros passos... me
emocionei ao dizer tudo que pensava sobre o assunto à ela e fiquei feliz de
ouvir minhas palavras... ms não tinha percebido que tais palavras estavam sendo
ditas à mim mesma...
Também
tive uma conversa interessante na cozinha fazendo “chá do medo” com a amiga “coruja”...
palavras que no momento bateram de frente com todos os meus princípios...
palavras que discordei internamente e me deixou um tanto frustrada por estar na
casa. Interpretei errada sua atitude de querer trabalhar de um modo novo,
deixando parado seu próprio... mal eu sabia que ela já havia compreendido que
trabalhar fora da zona de conforto seria muito mais superador. Guerreira essa “coruja”,
a admiro demais.
Amanheceu...
tive uma noite ótima, relaxante, recarreguei 100% da minha bateria corporal,
acordando cedíssimo e curtindo os ares entre tantos jagubes e chacronas... beija
flor e grama molhada... Logo nos reunimos em volta de uma mesa farta de café da
manhã, onde fui acolhida como se já fizésse parte daquela família linda. Senti-me
envergonhada por achar que não me encaixava ali... e me comprometi a me
abrir... sim, lembrei dos conselhos que dei à minha amiga noite passada e
resolvi segui-los... ali começou meu primeiro ensinamento conduzido pela
coruja... lembranças do passado, de como eu a conheci... de como agi ao chegar na sua casa estranha e diferente do
meu mundinho...e de como deveria mudar ao aprender com ela o que havia de
errado nessa cena... analisei como tenho
a tendência de me fechar ao novo, ao diferente... de achar que não me serve, meu ego insiste em julgar e sacramentar antes
mesmo de sentir a real essência de tudo... e acabo esperando o pior dessas
oportunidades... percebi que as aproveitava com o sentido errado... eu fazia
pra provar que estava certa, que não me encaixaria ali, mas na verdade, eu me
bloqueei desde o inicio quanto qualquer novidade ligado ao meu caminho. Bloqueei
ensinamentos fortíssimos por não admitir
que os poderia ter fora da bruxaria. Devido a esse mal entendido interno,
eu não aproveitara como deveria o primeiro trabalho que fiz nessa bela casa,
criando um falso desconforto... Diante dessa reflexão pré ritual, eu me
centrei, foquei e entrei no trabalho de cabeça; e ele se superou. Nunca consegui silenciar meu pensamento e me
concentrar tão fácil e rápido. Logo na primeira música tão conhecida já por
minha alma... agradeci ao universo por cochichar no ouvido de quem fez a
programação das músicas e incluí-la! ela me relaxou e mostrou que “estava em
casa” naquele momento... e o que importa nessa vida não é isso... o momento? O presente?
O hj... o agora?? E naquele momento eu estava “em casa” . E me veio mais um
ensinamento da noite passada... zona de conforto ultrapassada... é fácil fazer
trabalho no meu natural, do meu jeito... solta... sem tantas regras... é bom? É!
Eu aprendo? Claro que aprendo... mas são ensinamentos diferentes... e estando
numa casa tão organizada, regrada e com ritualísticas tão diferentes, aprendi a
ter disciplina... aprendi a focar em coisas diferentes e obter ensinamentos diferentes
e conduzidos... e achei bárbaro poder experimentar isso, ao contrário do que eu
julgava não ser possível. Puro pré-conceito, admito.
De
repente vi que sair da minha zona de conforto não fora tão desconfortável e fui
preenchida por um conforto sub humano! A rainha veio doce ao meu encontro me
dizer que eu estava errada.. e que o conforto sou eu que estabeleço, seja em
que lugar estou.
Meu
desejo para esse trabalho foi me permitir e aprender a me amar mais. E isso
caiu como uma brasa sobre mim... sentia meu corpo todo em chama como se
transmutasse feito fênix. De repente me vi diante de uma imagem grotesca, quase
monstruosa... desengonçada e disforme, e pergunte à Rainha pq me mostrava aquilo... e ela me respondeu...
- Vc
não me pediu pra te ensinar a se amar? Comece
aceitando suas imperfeições!
E
foi emocionante demais ver como me enxergava as vezes... demorei pra aceitar
aquela imagem e encara-la de frente... e quando o fiz, eu, como em uma cena de
filme comecei a conversar comigo mesma, como se fosse outra de mim ali... ao me
mostrar que ela (eu) era complemento de todo universo, de todo céu, de todas as
árvores balançando...da terra nos meus pés dando vida... e ao me ver disforme
acoplando ao universo que tanto amo e contemplo, pude ver que aquela
deformidade não era tão repugnante... ela me falou da similaridade com outras
espécimes... como cada um com suas características eram belos e perfeitos... e
vi galhos retorcidos, vi muitos animais diferentes e bizarros, mas que na sua essência
eram apreciados e raros... e pude ver em como eu fazia parte de toda essa obra
rara e única do ser supremo... e só eu não via que a beleza está nos olhos de
quem as enxerga... e não de quem as vê!!
Após
chegar à essa conclusão, fui pega pela mão por um ser luminoso, de um dourado
intenso e quente... quando dei por mim, estava diante de um mestre desconhecido.
Então entendi que ele me chamara pra ouvir a sua história contada no
trabalho... percebi como fui acolhida pela egregora daquela casa e me senti
feliz por não me fechar praquilo, pois conheci uma figura linda e abençoada.
Não deixando meus deuses e senda de lado... mas entendendo que há espaço pra
espiritualidade no geral dentro de nossos corações.
Obrigada
Mestre Gabriel pelo grande presente que ganhei em sua data especial.
Quando
me permitir ser parte daquela egregora, outra se abriu pra mim... mais uma vez
vi aquela figura surpreendente com seus braços flutuantes... Shiva mais uma vez
me observando... e eu lembrando da “Raposa” amiga, corri...(rs) Chamei por
Durga... (rs) Mas foi Shiva que dançou
pra mim novamente e dos braços em movimento brotaram símbolos indianos que me
contavam uma história, que no momento fez sentido, mas infelizmente agora já
não sei mais o que queria me dizer. Mas foi forte, como todo contato com os
monges Tibetanos dos vários sonhos acima da mais alta montanha.
Então
um dos “irmãos” da casa começou a falar de se perdoar, e explodi em lágrima...
mal eu sabia do quanto tinha a me pedir perdão!! Como me machuco sem ao menos
ter noção disso!!! Como me autodepreciativo! Como me saboto meus deuses!!!!
Nesse momento me agarrei à mim mesma com tamanha força que era como me abraçar,
me dar força, ser minha própria parceira. Mais uma vez, Conforto!!!
De
repente me deu vontade de levantar.. mas tava tão focada nos ensinamentos, que
demorei a ceder... mas acabei indo ao banheiro guiada pela Rainha, estranhei,
pois preferia fazer minhas limpezas em lugar aberto, não gosto da energia dos
banheiros... mas foi nele que tive outro ensinamento grandioso... Quando cheguei
em seu interior, perguntei a Rainha como ela queria sair... e com um “cuspe”,
lancei um liquido esverdeado no vaso e o encarei... e foi nesse momento que
ouvi delicadamente que algumas coisas por mais preciosas que fossem, tem seu
momento de ser liberado e jogado fora... Até mesmo aquele líquido sagrado, por
mais precioso, em um momento é dispensado... e não deveria ser diferente com as
pessoas e coisas que já não nos fazem bem... e imersa na visão do meu próprio
gorfo, vi meu passado boiando à minha frente... e apenas ouvi:
- De
descarga, e deixe tudo isso ir pelo ralo de vez!
Demorei
um tempo pra aceitar aquilo, aceitar abrir mão dos meus “tesouros”, mas enfim,
dei a descarga, lavei minhas mãos e deixei alguns tesouros que não me servia mais
pra trás...
Fui
tomar um ar, dar aquela olhada no mundo vivo, interagir com a chuva e os
trovões, que me receberam estrondosamente, me levando para meu mundo de voos,
saudei meu Deus Lugh luminoso com sua espada brilhante... me tornei parte da
natureza amiga... trouxe minha essência a flor da pele novamente entre elfos e
elementais...
Respirei
fundo, dei um até logo e voltei pro trabalho dentro da casa que me acolherá tão
bem naquela tarde... Feliz de poder ter "tudo"... de ser o que sou e mesmo assim,
estar entre tantas opções...
Já
em casa, meu coração forrado de muita alegria, paz, extase...com a cabeça reflexiva, só tenho
à agradecer... e deixo aqui a beleza da simples, porém difíl arte de viver. Pq a vida, ela é uma dádiva e devemos honra-la, cuida-la e compartilha-la expandindo luz, respeito consigo e com o próximo, sabedoria e amor à todos nossos semelhantes tão perdidos e atordoados pelo caos em que nós mesmo criamos em nosso mundo.
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