Nos amamos como doentes terminais. Como se houvesse pouco tempo de vida. Como se fossemos gêmeos do fim. Como se o diagnóstico substituísse a certidão de nascimento.
Mas não há doença, não há brevidade. Há uma puta saudade antes mesmo de terminar o dia junto.
Temos uma naturalidade das coisas ditas, das coisas feitas, das coisas findas, que é difícil até fazer segredo. Preciso me esforçar para não contar uma lembrança e reservar algo para depois.
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