sexta-feira, 29 de abril de 2011

Meu desabafo... Rompendo de vez algumas correntes


De fato a energia de Samhain começa a tomar os ares... ano passado também foi assim, esse furacão em minha vida vésperas ao novo ciclo que entraremos... Turbilhão de coisas sendo mostradas e discernidas nessa época. Como se anunciasse a chegada do novo, e pra chegar o novo o velho precisa sair... e já sinto o cheiro putréfico do que ainda não enterrei em minha vida gritando aos meus ouvidos.
Nunca imaginei que ursos gostassem tanto de bater cabeça!! Nossa... como sou cabeça dura meus deuses. Ô insistência absurda essa que me compõe!!!
Como sentimentos me sabotam. E nessa época do ano, vejo que sou compilada a deixar velhos conceitos pra trás e deixar realmente o novo entrar, a compreensão chegar e as energias agirem. Mas precisa ser td de uma vez né!? No tapa e na força sempre... tá tá... sou uma guerreira, não podia ser diferente...
Ontem me livrei finalmente de uma culpa que carrego há 3 anos. Ontem finalmente entendi o porquê certas coisas e pessoas não devem ser eternas em nossa vida. Pq apodrece! Antes tivesse sido deixado lá trás e cultivado apenas lembranças e saudades bonitas. Chega de arrastar cargas energéticas negativas do passado. O que acabou acaba ali, toquemos pra frente... não dá pra deixar uma porta aberta, uma fresta sequer... Pq abre espaço pra besteiras e tira espaço de coisas realmente importante pra gente, hj! Pq se importar com o que pensam de mim?!!!? Com mentes limitadas e pequenas...
Realmente a vida não para, e parar no tempo enquanto ela anda, é masoquismo. Pra que sofrer atoa? Chega, to cheia de coisas que me limitam e me fazem me sentir mal. Chega de pensar mais nos outros que em mim, é minha vez... é minha vida... chega de achar que não mereço felicidade...
Por isso deixo de lado uma culpa que não me pertence. Ser feliz é o que importa. Queria muito que as pessoas fossem capaz de compreender que por mais medo e arriscado que seja sair de algo que não está bom, vale a pena, pq te abre portas, chances de entender o que se precisa, o que se é verdadeiramente.
 Tá, é lindo pensar em casamento bonitinho, família unida e feliz... pra todo o sempre... mas será que realmente há felicidade ali, satisfação, amor? Se não há, pra que manter´?? Por aparência??? Pra felicidade dos filhos?? Quer dar a eles uma felicidade enganosa??? Um dia eles crescem e vc fica parada no tempo, infeliz.. e eles vão te olhar com pena e dizer.. puts, minha mãe não é feliz! E capaz dessa tal culpa se propagar  e contaminá-los. Pra que????? Abri mão de muita coisa na minha vida pelas pessoas que amo, muito mesmo. E me pergunto até onde me esquecerei de mim pra tornar td mais fácil para os outros? Cada um tem seu caminho, seu aprendizado; Camuflar como as coisas são não seria impedir o processo de descobrimento de cada um?? Será que tenho esse direito?!
Pois bem, me libertei da minha prisão, cansei de fingir e não sou culpada por escolher a minha felicidade... Faço dessas palavras Força e centramento. Pois hj afirmo, não tenho mais peso nenhum por ter escolhido mudar completamente de vida. Acabou porque tinha que acabar, não venha me ameaçar!!! Encho minha boca pra dizer aos meus filhos hj em dia que sou feliz, que sou pelo menos, bem mais feliz do que era quando usava máscaras e camuflagens... não há mais culpa. Foi o certo a fazer... e tá na hora de dizer adeus de fato pra vida que tive há 3 anos atrás, daquela pessoa, nada mais restou... enterro ela hj, aproveitando a reflexão e a limpeza na casa de ontem. Hora de virar a página e deixar o passado.
As pessoas costumam fazer resoluções no final de ano, impor metas para o novo que se inicia... então aqui vai o meu desejo... que tudo que ainda hj me fere referente ao passado, as decisões que tomei pondo o fim em uma relação importante, fique pra trás... que ele não seja mais capaz de me ferir com seu veneno, que seja lembrado apenas como parte do processo pra chegar aqui hj... Que os deuses me permitam ser forte pra não deixar o egoísmo de pessoas do passado me colocarem pra baixo, colocar culpas novamente em meus ombros... aceitar que cada um evolui no seu tempo e entender que apesar dos caminhos se cruzarem e algum momento haverá bifurcações onde as pessoas se perderam e começaram do zero.. como eu comecei e espero continuar recomeçando sempre... sempre melhor, mais consciente e leve.  
Não da certo amarrar um cordão pra não se perder na estrada... se solte de vez... não da pra deixar pedaço seu lá atrás, sem danificar o material aqui na frente. O que passou, passou, e to aberta ao que virá de novo.
Peço desculpas aos leitores pelo desabafo, mas com meu blog, redescobri a delicia que é expor meus pensamentos como fazia em diários... resgatei uma das minhas maiores paixões, a de escrever... e dessa escrita transmutação e evolução. Analise de mim para mim... pontos finais aonde eu não havia estabelecido um fim. Realmente estão certos aqueles que dizem que pra quem analisa de fora é tudo mais fácil... então faço desse meu blog um degrau... pra observar de cima o que preciso consertar dentro de mim.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

[...]

http://www.youtube.com/watch?v=9z9Bw3TG8U4&feature=related


Sonhos 
Paulinho Moska



Tudo era apenas uma brincadeira
E foi crescendo, crescendo, me absorvendo
De repente eu me vi assim
Completamente seu
Vi a minha força amarrada no seu passo
Sem você não há caminho
Eu nem me acho
Eu vi um grande amor gritar dentro de mim
Como eu sonhei um dia
Quando o meu mundo era mais mundo
E todo mundo admitia
Uma mudança muito estranha
Mais pureza, carinho,
Calma e alegria
No meu jeito de me dar
Quando a minha voz
se fez mais forte, mais sentida
A poesia fez folia em minha vida
Você veio me falar
Dessa paixão inesperada
Por outra pessoa
Mas não tem revolta, não
Só quero que você se encontre
Saudade até que é bom
Melhor que caminhar vazio
A esperança é um dom
Que eu tenho em mim
Não tem desespero não
Você me ensinou milhões de coisas
Tenho um sonho em minhas mão
E amanhã será um novo dia

Certamente eu vou ser mais feliz

Prece Irlandesa


"Que a estrada se abra à sua frente,
Que o vento sopre levemente às suas costas
Que o sol brilhe morno e suave em sua face,
Que a chuva caia de mansinho em seus campos...
E, até que nos encontremos de novo,
Que os Deuses lhe guarde na palma de Suas mãos. "
 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Excelente texto: BRUXARIA TRADICIONAL É RELIGIÃO OU OFÍCIO?


Esta questão foi abordada na primeira reunião de Conselheiros do CBT, de pronto tivemos pessoas a favor ao termo religião e também desfavoráveis, a questão ficou mais clara na medida em que foi exposto a origem do termo e as referências que temos sobre a palavra religião. Portanto vou colocar alguns itens para que possamos passar essas reflexões de uma maneira que todos possam chegar as suas conclusões.

A primeira delas é que Paganismo não é religião, temos visto muito se convencionar como religião, paganismo é um modo de vida, é uma estrutura conceitual que serve de base, de fundamento para muitas religiões.

A segunda é que não existem relatos de uma instituição de nome Bruxaria tal como conhecemos atualmente nos moldes da Igreja Católica, podemos voltar na história e ver uma estrutura que deu origem a igreja católica, que é a base religiosa romana.

Um terceiro argumento é sobre o tema OFÍCIO, a palavra ofício quer dizer trabalho; temos na história uma menção bem famosa chamada de Tribunal do Santo Ofício ou Santa Inquisição, portanto um trabalho que pode estar ligado às questões religiosas ou meramente as questões profissionais, muito embora as questões religiosas sejam características de religiões, e assim ligação direta com o termo sacerdotal.

Sabemos a dificuldade que é encontrarmos um modelo cabível as nossas práticas, portanto o modelo de religião como estrutura comunitária a nível organizacional é estável, um modelo administrativo muito coerente, lembrando que estamos refletindo como modelo estrutural, hierárquico e administrativo, com regras próprias (agora peguem esse modelo e comparem com as Ordens Ocultistas Iniciáticas e vejam quantas similaridades existem!). Pensem... Será que não estamos sendo muito críticos com o termo religião? A diferença é que algumas são oficializadas e gozam de todos os benefícios dados pelo Estado e outras não são reconhecidas meramente por limitação de Lei, com isso se tornam sendas, ordens, conselhos, confrarias, etc...

Ao falarmos de crença, existem duas teorias muito frágeis, uma seria a homogeneidade de culto da Bruxaria, algo que não se sustenta devido à diversidade de povos, com suas particularidades de crença e, portanto ficaríamos no fundamento pagão para que se possa traçar pontos comuns de crença. A outra seria do isolamento de crença e sua oposição a religião oficial como algo padrão.

Também não acreditamos em nenhuma das duas, visto que a espiritualidade encontrada na bruxaria, em sua origem, poderia em determinado local e tempo ser a religião oficial, ou ser um braço da religião oficial, ou até mesmo ser uma estrutura mais voltada a clãs, porém ainda assim ligada à religião oficial, não é possível sermos conclusivos na visão de oposição radical religiosa. Estamos nos referindo a períodos anteriores à dominação Cristã na Europa, pois a partir disso qualquer manifestação de crença que se encontrasse fora da Igreja Católica era objeto de heresia.

Na nossa visão podemos usar da palavra religião tendo em vista os significados que ela possui, vamos a eles:

Religião (do latim: "religio" que significa "prestar culto a uma divindade", “ligar novamente", ou simplesmente "religar") é um conjunto de crenças sobre as causas, natureza e finalidade da vida e do universo, especialmente quando considerada como a criação de um agente sobrenatural, ou a relação dos seres humanos ao que eles consideram como, sagrado, espiritual ou divino.

Dentro do prestar culto a uma divindade, ou a relação com o sagrado é muito cabível na Bruxaria, dentro desse significado somos uma religião sim, fragmentada? Com certeza. Para nós do CBT que somos pagãos, temos uma base conceitual comum, tal como uma comparação teológica, existente no cristianismo e as diversas igrejas que possuem fé na base cristã, porém têm suas interpretações próprias, regimentos específicos, entre outros procedimentos característicos.

Bruxaria Tradicional é um ofício? Nós achamos que não por algo muito fácil de compreender, BT não é simplesmente trabalho, ela pode conter diversas manifestações enquanto crença, tal como acreditamos na sua espiritualidade específica.

Acreditar que bruxaria tal como oficio seria uma limitação, pois cairíamos na generalização de que todo bruxo vivesse de fazer feitiço é descartar qualquer outra opção de conduta, existem bruxos orientadores, filósofos, que trabalham com diversos aspectos do mundo, quantos de nós não conhecemos bruxos empresários que trabalham em outras áreas fora da magia? Eu conheço vários, que utilizam da espiritualidade da Bruxaria Tradicional para conquistarem seus objetivos profissionais.

Vou abordar mais alguns tópicos, enfatizo que a Bruxaria Tradicional não é sinônimo de Feitiçaria, a Feitiçaria é um atributo, pode ser apenas um trabalho (ofício) diante de muitas outras atividades ligadas ao agregado de crença.

Vamos falar novamente do Conselho de Bruxaria Tradicional, ele defende interesses APENAS DE AFILIADOS, e estas pessoas estão aqui por idealismo e não por necessidade, existem alguns motivos para não agruparmos mais grupos que são:

- Seu grupo não tem expressão pública, ou seja, não houve contato;
- Suas práticas e crenças não encontram afinidade/ reconhecimento dentro do CBT;
- Buscamos pessoas e grupos que agreguem nos projetos e ações sociais.

Sobre ganhos financeiros é lícito receber por serviços prestados, porém é ilícito quando estas práticas chegam a ser exploratórias no tocante ao termo curandeirismo e charlatanismo que constam no código penal brasileiro de 1942. Temos visto muito na mídia o termo "Pai e Mãe de Poste" que são anúncios colocados em postes e mídia impressa/ virtual do tipo "trago seu marido em 7 dias" entre outros temas ligados EXCLUSIVAMENTE ao termo Ofício como Feitiçaria, portanto nós não seguimos por esta conduta e preferimos o termo religião, tal como mencionado e esclarecido acima.

Espero ter criado mais parâmetros para que se analise o tema com maior profundidade.

Gratidão!

Ricardo DRaco
CLAN - Bruxaria Tradicional Ibero-Celta

Aprendendo a jogar


Estava lendo um texto hoje sobre o apego e o sofrimento causado por nós mesmo e nossos sentimentos e fiquei refletindo um pouco sobre isso e os últimos acontecimentos da minha vida. Nossa, como já entrei em atrito com pessoas devido a isso... amigos, namorado, relações em geral... por não achar certo isso ou aquilo, ou mesmo não conseguir desvincular ou sentir diferente. Ou dar um basta numa situação, bater retirada enquanto é tempo de não se "afogar".

Vou colar umas partes do texto pra entenderem do que to falando:

"...sabe por que você, eu e todas as pessoas do mundo sofremos, por qualquer que seja o motivo? Porque resistimos, rebelamo-nos e travamos uma luta contra o que está acontecendo e que não tem nos agradado!

Ou seja, não aceitamos a vida como ela está se mostrando num determinado momento. Não aceitamos o fluxo e
passamos a investir pensamentos, sentimentos e emoções, e muitas vezes também palavras e ações, pra revelar nossa imensa indignação diante do acontecimento que está em desacordo com a nossa vontade.E você poderia se justificar dizendo que faz isso porque não é acomodado, porque luta por aquilo que quer e porque acredita que quem não faz nada para mudar o que não está bom, é covarde, derrotado e fraco.
Compreendo seu ponto de vista e tenho certeza de que parte do seu argumento faz sentido. Mas explico: existe uma enorme diferença entre fazer o seu melhor e tentar tudo o que for possível (sem desrespeitar o limite do outro, claro!) para conseguir o que deseja e...
não saber reconhecer a hora de parar e confiar no Universo, a hora de deixar a vida rolar...
Porque, no final das contas, é isso que se chama FÉ! Ou seja, confiar, entregar-se ao ritmo da vida sem ficar contestando, brigando, resistindo, tentando se convencer ou convencer o outro de que as coisas deveriam ser diferentes! Não deveriam!!! Se devessem, simplesmente seriam diferentes!"


Aff.... escreveram esse texto pra mim, só pode...rs
Sim, muito nele se encaixa a minha forma de pensar e até mesmo de agir ( e olha que já mudei muito isso em mim nesse último ano)... e sim, muitos amigos e pessoas com que me relaciono já me falaram sobre isso... sobre minha "mania" de querer mudar as coisas que não concordo nem que seja no tapa e o quanto isso torna tudo desgastante e até inviável. O pior é ter conciencia de tudo isso e muitas vezes não conseguir evitar ou mesmo não conseguir desvincular de algo ou alguém por acreditar que vale a pena ou que pode realmente ficar "melhor". Será realmente que temos que simplesmente aceitar e deixar de lado? Será que realmente tem coisas que é melhor enterrar? (como diz um amigo meu)
E se é... como fazer isso sem doer? Será que a dor das feridas da batalha não são tão doloridas quanto a da "partida"??? Como simplesmente virar as costas e deixar pra lá? Como parar de sentir? Como aceitar td isso sem enterrar parte de vc junto? Aiiiii, pq para os outros isso parece tão simples de fazer???

ok, continuemos a análise da leitura:

" isso significa dizer que, muitas vezes, depois de já ter tentado tudo o que podia, depois de ter feito o melhor que conseguia, não haverá mais nada que você possa fazer para mudar uma situação senão aceitá-la exatamente como ela é, senão confiar na sabedoria da vida e acreditar que o que tiver de ser, será! Que o melhor pode estar por vir se você realmente estiver disposto a aprender, a não repetir os mesmos erros e a, sobretudo, se perdoar pelo que não conseguiu acertar desta vez!

E quando você consegue fazer isso, quando consegue respirar fundo e simplesmente confiar, é inacreditável como você relaxa e tudo começa a fazer mais sentido, tudo começa a ficar mais fácil do que tem sido... Ou seja, o sofrimento começa a diminuir, a dor começa a passar e você termina descobrindo que nada é por acaso mesmo!


Mas embora o tempo tenha seus segredos e poderes, há algo que você pode fazer agora para diminuir seu sofrimento, pra sentir essa dor sumir pouco a pouco. E isso é aceitar, confiar, entregar-se ao ritmo da vida, deixar-se levar com o fluxo do Universo e viver um dia de cada vez, sem fazer tantos planos, sem investir tantos pensamentos e tanta energia nesse acontecimento com o qual você não concorda! Apenas o agora, apenas este momento. E verá, surpreendido, que é bem mais fácil viver quando a gente para de brigar e simplesmente acredita que, ao fazer o nosso melhor, o que tiver de ser nosso, será - mais cedo ou mais tarde!"

Ahhhhhhhhh tá, simples assim! rs
Agora me pergunto... isso funciona pra todos?? e quando não funciona? O que tá sendo feito errado? Seria a parte de confiar... será a parte de relaxar??? ai ai... como é dificil essa arte de deixar...
Ok, eu até posso parar o confronto... mas será que realmente só o tempo pode tirar o vazio que "enterrar" pode causar? E como não voltar atrás, e como não deixar te puxarem pra tudo aquilo de volta depois de já ter "ido"??

Parece tudo tão óbvio e simples olhando daqui... lendo assim. Olha lá de novo... sobre "planejar demais"... o mesmo que a Rainha me falou... minhas cobranças... minha energia disperdiçada, por algo que nem deveria gastar tanto tempo assim pensando, remoendo... é.. to vendo que vou ter que me acostumar a jogar o jogo da vida.
Entender e aceitar as coisas que acontecem e não podemos mudar. Apenas aprender com elas e dar o melhor de si para que a relação com o próximo não se torne um veneno.

Que flua então...

"Estou me afastando do que me atrasa, me segura e me retém. Fui ser feliz e não volto." 
(Caio Fernando Abreu)



* Texto lido em Somos Todos UM

Texto By CBT: Platão entendia a arte como imitação

Platão entendia a arte, principalmente, como imitação.


Ele associava a arte, em uma perspectiva negativa, a sua teoria do conhecimento.   
Se, para ele, tudo o que pertence à esfera da aparência é cópia dos modelos perfeitos presentes no intelecto, ou seja, das ideias...

...a arte, uma vez que imita a natureza e a vida, seria mera cópia do que já é cópia.
Enquanto cópia da cópia, a arte estaria três graus distante da verdade, pois sequer seria cópia das formas perfeitas.

Portanto, quando um pintor ou um escultor imita a forma de uma mesa, por exemplo, não busca seu modelo no intelecto, mas na vida prática, na mesa produzida pelo marceneiro.     
  Apenas pretende provocar no espectador a percepção sensível de que aquilo é uma mesa. A mesa do cenógrafo pode ser feita até mesmo de isopor!

... [ argumentos de Platão para criticar a arte ] ...

O texto que segue mostra os argumentos de Platão para criticar a arte e entendê-la como nociva em sua função educativa. A função da arte, para ele, seria confundir as pessoas, distanciando-as, por intermédio das imagens, do verdadeiro conhecimento, que é puramente racional e não sensível...
_________________________________________________________________

Segue referência filosófica - A República. Livro X

Sócrates – Entre todas as razões que me levam a crer que o plano de nosso Estado é tão perfeito quanto possível, nenhuma sobreleva o que estabelecemos sobre a poesia.
Glauco – O que estabelecemos?
Sócrates – Não admitir a parte puramente imitativa da poesia. Agora que já deixamos nitidamente traçada a distinção que existe entre as partes da alma, me parece mais claro que nunca se deve dar acolhida a essa espécie de poesia.
Glauco – Como entendes isso?
Sócrates – Vou dize-te em confiança, na certeza de que não irás delatar-me aos poetas e trágicos nem aos outros imitadores. Parece-me que esse gênero de poesia é veneno para os que o ouvem, quando não prevenidos com seu antídoto, que consiste em saber dar o justo valor a tais coisas.
Glauco – Que é que te leva a falar assim?
Sócrates – É o que te vou dizer, posto que sinta a língua como travada de certa ternura e respeito que desde menino sinto para com Homero. Porque de Homero se pode dizer que é o precursor e o mestre de todos os poetas trágicos. Como, porém, meu respeito à verdade é maior que o que devo aos homens, cumpre-me explicar meu pensamento.
Glauco – Muito bem.
Sócrates – Escutai-me, pois; ou melhor, responde-me.
Glauco – Interroga.
Sócrates – Sabes dizer-me o que é em geral a imitação? Porque eu, por mim, mal chego a lhe compreender a natureza?
Glauco – E achas, então, que eu é que hei de compreendê-la melhor?
Sócrates – Não seria de admirar. Porque sucede, às vezes, que os de vista curta percebem os objetos primeiro que os de olhos perspícuos.
Glauco – Isso acontece, decerto. Jamais, porém, ousarei dizer em tua presença meu parecer sobre o assunto. Por isso te rogo que olhes e veja por ti mesmo.
Sócrates – Estás de acordo em que procedamos, nestas indagações, segundo nosso método ordinário? Consiste este, como sabes, em abraçar uma ideia geral, uma multidão de seres que subsistem à parte, aos quais abrangemos sob o mesmo nome. Não entendes assim?
Glauco – Entendo.
Sócrates – Tomemos então uma das muitas espécies de seres. Por exemplo: há uma multidão de leitos e mesas.
Glauco – Sem dúvida.
Sócrates – Todos porém abrangidos sob duas ideias apenas: a de leito e a de mesa.
Glauco – Sim.
Sócrates – Também costumamos dizer que o artífice que faz um ou outro destes móveis, trabalha segundo a ideia que tem na cabeça quando produz uma destas mesas ou destes leitos que servem para nosso uso. O mesmo se dirá dos outros móveis. Porque, certamente, não é a própria ideia do móvel, o que o artífice fabrica. Poderia ser?
Glauco – Certo que não.
Sócrates – Vê agora que nome convém dar ao artífice que eu que vou mencionar.
Glauco – Qual?
Sócrates – O que faz sozinho tudo o que os outros artífices fazem separadamente.
Glauco – Bem hábil artífice, decerto, e mui digno de admiração, há de ser esse tal.
Sócrates – Pois ainda vais admirá-lo mais, que eu não disse tudo. Não só este artífice tem o talento de fazer todas as obras de arte, mas também faz todas as obras da natureza, as plantas, os animais, em suma tudo o que existe, e ainda, enfim, se faz a si mesmo. E ainda não é tudo: faz a terra, o céu, os deuses, tudo o que há em cima dos céus e embaixo da terra.
Glauco – É, de todo o ponto, artífice admirável!
Sócrates – Tens ar de quem duvida. Mas reponde-me. Crês que não há absolutamente semelhante artífice, e que isto só se pode fazer em certo sentido e não em outro! Não percebes que tu mesmo seria, de certo modo, capaz de fazer tudo isso?
Glauco – Mas, por favor, de que modo?
Sócrates – Não é difícil: faz-se até com freqüência e em muito pouco tempo. Queres a prova imediata? Toma de um espelho e volta-o em todas as direções: farás, num ápice, o sol, todos os corpos celestes, a terra, a ti mesmo, os outros animais, as plantas, as obras, tudo enfim o que dissemos.
Glauco – Sim, farei tudo isso, decerto, mas só na aparência; nada, porém, de verdadeiro e real.
Sócrates – Muito bem. Entras perfeitamente no meu modo de pensar. O pintor é aparentemente um artista desta espécie. Não?
Glauco – Sem dúvida.
Sócrates – Dir-me-ás, talvez, que nada há de real em tudo quanto ele faz. No entanto, o pintor também, de certo modo, faz um leito.
Glauco – Sim: um leito aparente.
Sócrates – E, quanto ao carpinteiro, não acabas de dizer que não faz a própria ideia, qua chamamos a essência do leito, senão um certo leito particular?
Glauco – É o que eu disse.
Sócrates – Se pois não faz a própria essência do leito, nada faz de real, mas somente uma coisa que representa o que, verdadeiramente é: e, se alguém sustentasse que a obra do carpinteiro ou de qualquer outro artífice tem existência real e perfeita, arriscar-se-ia a não dizer a verdade.
Glauco – É este, pelo menos, o parecer dos que cogitam de tais questões.
Sócrates – Não admira, pois que de tais obras não se tire muita luz para o conhecimento da verdade.
Glauco – Certo, não admira.
Sócrates – Queres agora que, a respeito do que acabamos de dizer, examinemos que ideia se deve formar do imitador desta espécie de obras?
Glauco – Sim, se te apraz fazê-lo.
Sócrates – Há, pois, três espécies de leito: uma, que está na alma, e cujo autor, em minha opinião, se pode dizer que é Deus. A que outro ser, de fato, se poderia atribuir?
Glauco – A nenhum.
Sócrates – A segunda espécie é a que faz o carpinteiro. A terceira a que é da competência do pintor; não é assim?
Glauco – Certamente.
Sócrates – Assim, pois, o pintor, o carpinteiro e Deus são os três artífices que ocupam o primeiro lugar da feitura destas três espécies de leitos. Quanto a Deus, ou por haver assim querido ou porque, de necessidade, tivesse de fazer apenas um leito essencial, certo é que não faz senão uma essência, que é o leito propriamente dito: nunca produziu, nem produzirá jamais, nem dois nem muitos leitos.
(...) Querendo ser verdadeiramente autor, não de tal leito particular – o que o teria confundido com o carpinteiro – mas do leito verdadeiramente existente, produziu Deus o leito que é um por sua natureza.
Glauco – Deve ter sido assim.
Sócrates – Convém que demos a Deus o nome de autor do leito ou algum outro semelhante? Que te parece?
Glauco – É este, decerto, o título que o convém, porquanto fez por natureza a essência do leito e de todas as outras coisas.
Sócrates – E o carpinteiro, como lhe chamaremos? Artífice do leito?
Glauco – Sim, sem dúvida?
Sócrates – E do pintor, que diremos? Que é artífice ou autor?
Glauco – Nem um nem outro.
Sócrates – Que é ele, então, com referência ao leito?
Glauco – O único nome que se lhe pode razoavelmente dar é o de imitador da coisa de que outros são artífices.
Sócrates – Muito bem, diremos, pois, imitador o que dá a luz uma produção afastada da verdade por três graus. Assim, quem compõem tragédias, na sua qualidade de imitador, está três graus afastado da verdade. E o mesmo sucede com os outros imitadores. Agora que estamos de acordo sobre a ideia que se deve fazer do imitador, responde-me a outra questão. Tem o pintor por objeto de sua imitação o que, na natureza, é um em cada espécie, ou, antes, trabalha sobre as obras de arte?
Glauco – Imita as obras de arte.
Sócrates – Tais como são ou tais como parecem? Explica-me este ponto.
Glauco – Que queres dizer?
Sócrates – Apenas isto: um leito é sempre o mesmo, quer se olhe de frente, quer se olhe de soslaio ou de qualquer maneira; mas, embora sendo o mesmo, parece-nos diferente. O mesmo se dá com os outros objetos.
Glauco – Sim, a aparência é diferente, embora o objeto seja o mesmo.
Sócrates – Reflete agora sobre o que te vou dizer. Qual é o objeto da pintura? O de representar o que é, tal qual é, ou o que parece, tal qual parece? É imitação da aparência ou da realidade?
Glauco – Da aparência.
Sócrates – Logo, a arte de imitar está muito distante do verdadeiro; e a razão porque faz tantas coisas é que não toma senão uma pequena parte de cada uma, e esta mesmo não passa de simulacro ou fantasma. Um pintor, por exemplo, representa-nos um sapateiro, um carpinteiro ou qualquer outro artesão, sem ter nenhum conhecimento de suas respectivas artes. Isso não impede, se é bom pintor, de iludir às crianças e aos ignorantes, mostrando-lhes de longe um carpinteiro por ele pintado e que tomem por imitação da verdade.

Fonte: PLATÃO. A República. Livro X. São Paulo: Atena editora, s/d

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O convite




Não me interessa saber como você ganha a vida. Quero saber o que mais deseja e se ousa sonhar em satisfazer os anseios do seu coração.
Não me interessa saber sua idade. Quero saber se você correria o risco de parecer tolo por amor, pelo seu sonho, pela aventura de estar vivo.
Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com, sua lua. O que eu quero saber é se você já foi até o fundo de sua própria tristeza, se as traições da vida o enriqueceram ou se você se retraiu e se fechou, com medo de mais dor. Quero saber se você consegue conviver com a dor, a minha ou a sua, sem tentar escondê-la, disfarçá-la ou remediá-la.
Quero saber se você é capaz de conviver com a alegria, a minha ou a sua, de dançar com total abandono e deixar o êxtase penetrar até aponta dos seus dedos, sem nos advertir que sejamos cuidadosos, que sejamos realistas, que nos lembremos das limitações da condição humana.
Não me interessa se a história que você me conta é verdadeira. Quero saber se é capaz de desapontar o outro para se manter fiel a si mesmo. Se é capaz de suportar uma acusação de traição e não trair sua própria alma, ou ser infiel e, mesmo assim, ser digno de confiança.
Quero saber se você é capaz de enxergar a beleza no dia-a-dia, ainda que ela não seja bonita, e fazer dela a fonte da sua vida.
Quero saber se você consegue viver com o fracasso, o seu e o meu, e ainda assim pôr-se de pé na beira do lago e gritar para o reflexo prateado da lua cheia: "Sim!"
Não me interessa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem. Quero saber se, após uma noite de tristeza e desespero, exausto e ferido até os ossos, é capaz de fazer o que precisa ser feito para alimentar seus filhos.
Não me interessa quem você conhece ou como chegou até aqui. Quero saber se vai permanecer no centro do fogo comigo sem recuar.
Não me interessa onde, o que ou com quem estudou. Quero saber o que o sustenta, no seu íntimo, quando tudo mais desmorona.
Quero saber se é capaz de ficar só consigo mesmo e se nos momentos vazios realmente gosta da sua companhia.

...


"Porque eu só preciso de pés livres, de

mãos dadas, e de olhos bem abertos."
                                                                                                                                            Guimarães Rosa

domingo, 24 de abril de 2011

"Só com zelo e atenção se chega a compreender a vida"



Semana passada aprendi algo bem interessante em minha aula de planejamento estratégico... lá deixava bem claro a necessidade de entender a diferença entre objetivos e metas. Objetivo,  diz respeito a um fim que se quer atingir... já a meta... quantifica esse objetivo. Ou seja, posso ter vários objetivos em minha vida, mas as metas servem pra tornar esse caminho mais pleno, mais belo... e mais válido. 
Por exemplo, esse ano um dos meus objetivos é me formar, a meta seria me formar com nota 10 no TCC!!! E por ai vai... 
Meu objetivo hj também, é  seguir no caminho da Bruxaria Tradicional, é conhecer-me cada vez mais a fundo, e aprender a lidar e conviver entre mundos e seres diferentes... aprender de vez a sair da "matrix"...
E dentro desse caminho, sempre há reflexões... no inicio do ano, dentro desse grande objetivo que era viver intensamente... superar meus bloqueios e limitações... me coloquei algumas metas... esse feriado venci uma delas. 
E tomei uma lição tão grande que chegou a doer...rs
E gostaria de compartilhar essa experiência e quem sabe com ela clarear pequenos momentos do dia a dia de cada um, a mensagem maior dessa viagem que fiz foi... "Não leve as coisas tão a sério a ponto de deixar escapar o que realmente precisa ser absorvido e sentido no ato" . Não estrague momentos especiais por se prender a miudezas que acontecem o tempo todo pra te desviar da sua real meta.  
Infelizmente sou AINDA uma pessoa extremada... quando enfio algo na cabeça, eu surto...rs organizo td antecipadamente e até sofro com ansiedade pra resolver td e sair perfeito no final. Esquematizo tanto as coisas que quando elas não saem como eu programei, eu me frustro, me irrito e perco o humor... me fechando pro ato em si e me prendendo as pequenezas dos infortúnios que acontecessem  nesse percurso... 
E foi assim que começou minha viagem... dando td errado conforme o planejado. 
Há meses decidi fazer uma viagem sozinha, de mochilão nas costas... sem saber como nem quando ou de que forma... mas ir... sozinha, apenas comigo mesma!!! Decidi peregrinar pela mata, acampar, me virar sozinha... arrumar um local que sempre quis conhecer e ir. Pois bem, fui. Mas como descrito acima, deu errado desde o inicio... pra começar, torci o tornozelo ficando quase impossibilitada de andar... ok, arrumei uma carona pra evitar andar tanto na trilha... sem problemas...  fui mesmo assim.... ai a carona deu pra trás.. ok ok... dá-se um jeito!!! então a outra carona se atrasou 3hs me deixando esperando debaixo do sol quente com meu mochilão... os nervos a flor da pele já... rs... esqueci alguns apetrechos que eu julgava ser necessários pra viagem e outras coisas assim, ai ai... como sou boba as vezes e hj depois que td passou.. vejo tão facilmente isso..rs 
Cheguei finalmente no local escurecendo já... pus-me a montar minha barraca... e só tinha uma coisa na minha cabeça... fazer meu trabalho espiritual, que era o ponto principal da minha organização metódica que estruturei... e é claro... que deu errado, pra começar... escolhi o lugar errado pra fazer isso, não teria como ficar quieta em um acampamento de Rock!!! kkkkk ok ok ... fui inocente nisso. 
Provações pra todo lado e eu só me irritando e indo contra o óbvio... como reluto pra aceitar as coisas que o universo me mostra tão suavemente... puts.. pq sou tão turrona???  
Pois perdi um dia inteiro de uma coisa que era boa pra mim, que era pra ter sido legal desde o inicio, que era pro meu crescimento pessoal,  prestando mais atenção nas coisas que deram errado do que nas que deram certas! E foi isso que depois de muito praguejar, muito passar mal e me interiorizar... a Rainha me disse... Nada como uma bronca de MÃE pra fazer a gente acordar... e quando parei de birra, dormi e descansei finalmente daquele dia cheio de contrariedades... acordei a tempo de ver um lindo nascer do sol... caminhei em silêncio comigo mesmo para ouvir o que meu coração dizia... o que o universo me mostrava e o que a Rainha me ensinara noite passada... sentei em uma pedra próximo a um lago, aproveitei o silêncio do inicio daquele dia e escrevi algumas palavras que Ela me dizia:


" Sinta! Não lute contra a sua essência. Se quer caminhar por um caminho de beleza, aprenda a olhar o que há de belo nele. Não leve a vida tão a sério, nada aqui é real. Teoria não leva a nada, ponha em prática o que vc se orgulha tanto de estar aprendendo. Só leve a sério o que vc quiser que seja. Não perca tempo, saúde e diversão reclamando do que não foi, aceite os presentes que recebeu e em troca dos que perdeu. Atingiste sua meta, mas da forma errada. É válido isso pra vc??? Não absorveu o êxtase dos momentos pois estava preocupada em seguir roteiros... SE Solte!! se divirta mais, não leve tudo a ferro e fogo, que nem tudo é batalha. Não torne sua vida uma obrigação. Não torne sua espiritualidade uma obrigação, conversar comigo não deve ser uma obrigação!!! Quando quiser falar comigo me chame... independente do que trouxe ai com vc na sua bolsa... estarei com vc. Te ajudarei a SE compreender. Então pare de ir contra vc mesma e comece a fazer o que veio realmente fazer aqui... chega de ilusões, chega de frustrações... chega de expectativas erradas. O que vc precisa realmente??? Pense e reflita.. verá que já conseguiu e  está desperdiçando tudo. "


O sol nasceu... eu acordei de verdade para aquele dia e me pus a aproveita-lo da melhor maneira possível!!! Me permiti... me orgulhei por ter chego ali, e por ter entendido a tempo de cumprir de fato minha meta ali. Conheci muitas pessoas, me virei, me superei mais uma vez, física e espiritualmente... e tive um dos melhores feriados/momentos das minha vida.
Só quero aproveitar a deixa pra um comentário depois dessa viagem e das minhas experiências lá...  tratem as ervas sagradas com mais respeito. Entendam de fato os enteógenos, suas utilidades e não os tratem vulgarmente ou com fins tão fúteis como os vi serem tratados. 


Obrigada por tudo!!



Crescendo se purificando, sem enganos aqui estamos
Crescendo se purificando, sem enganos aqui estamos

Entre a dor e o prazer, as lições vamos descorrendo
Entre a dor e o prazer, as lições vamos descorrendo

Esta casa é presenteada pelo divino que nela habita
Esta casa é presenteada pelo divino que nela habita

Só com zelo e atenção se chega a compreender a vida
Só com zelo e atenção se chega a compreender a vida

Seu sentido é bem profundo e o mestre clareia a rota
Seu sentido é bem profundo e o mestre clareia a rota

Servindo a todo mundo pra quem segue não tem derrota
Servindo a todo mundo pra quem segue não tem derrota

A mente é sacro instrumento mas se esquece e se agarra a forma
A mente é sacro instrumento mas se esquece e se agarra a forma

Medita em sua essência e aprenda a amar com a Rosa
Medita em sua essência e aprenda a amar com a Rosa"



Chandra Lacombe

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Texto by Serpente... Elixir de Pedras e Cristais


  

Freqüentemente são encontradas "receitas" de vários tipos de chás, bebidas, tinturas, vinhos, garrafadas, xaropes, emplastros e elixires; porém é frequente também, quando se está no campo das crenças, apenas se olhar para o lado magico-energético destes preparados. É de vital (e realmente vital) importância se lembrar e se estudar tudo ao que se refere aos seus componentes e isto inclui: química, biologia, anatomia, farmacologia, geologia etc.

Dentre essas práticas, se encontra os elixires de pedras e cristais. O estudo das propriedades energéticas dos cristais tem começo, tem meio mas não tem fim...assim como as ervas, são estudos e estudos e mais estudos e aprofundamentos dentro dos arquivos que esses "pedaços de luz contém". Por estes estudos, deve se incluir o estudo químico e geológico dessas pedras, pois estas, não são apenas a energia, elas são no físico "produtos" e componentes químicos, cheias de substâncias.

Há pedras que enferrujam, pedras que soltam partículas, pedras que têm reação com a água e pedras mutias delas toxicas para o ser humano ou qualquer ser vivo chegando a ter algumas letais, que o simples contato com elas e ingestão podem causar a morte. Muitas delas são pedras de fácil acesso. Então, deve ter cuidado com o que se coloca na água e o que se ingere, não é simplesmente ir bebendo qualquer coisa achando que se está apenas "pegando" a energia das pedras.

Comumente se produzem esses elixires, mergulhando as gemas, pedras e cristais em água límpida e deixando expostas ao sol. Se você tem um estudo aprofundado de pedras, saberá quais podem ser colocadas dentro da água que irá beber, então aconselho proceder da seguinte forma:

Coloque água límpida e potável em um recipiente  de vidro transparente, e as pedras com que se deseja energizar esta água transformando em um elixir, do lado de fora ao redor do recipiente, evitando o contato com a água porém recebendo as vibrações energéticas. Este preparado pode se colocar ao sol ou ao longo de um dai inteiro, como alguns preferem. Tampe se for necessário para evitar que qualquer partícula de impureza não caia na água. Depois desse período, engarrafe e utilize o elixir, seja tomando ou aplicando em alguma parte do corpo.
Lembre-se: esta água também tem validade como qualquer outra água, então faça em uma medida certa para o consumo. É melhor sempre fazer uma nova do que correr o risco de usar uma água velha. Também se aconselha ter cuidado com a exposição ao sol, pois algumas pedras, principalmente do grupo dos quartzos, desbotam a exposição prolongada (dias) ao sol ou imersas na água.
 


De modo geral, todas as pedras da família dos quartzos podem ir na água. Todos os quartzos tem o mesmo componente quimico como base, a sílica (dioxido de silicio, SiO2). O que vai mudar é o "componente de contaminação", que é um outro componente quimico que irá afetar a forma, cor, peso, clivagem, forma, refração e etc...surgindo então: quartzo branco ou hialino, rosa (fosfato + pouco de titânio), verde (fuccita + hematita), azul (titânio), citrino (ferro), ametista (ferro3+), fumê etc.

Tendo cuidado, precaução,  muito estudo e dedicação, as fortes energias das pedras estão ai para nos auxiliar. É uma das mais poderosas forças da natureza. Respeito e conhecimento.

A arte de saber interpretar...



Recebemos algumas perguntas de um aprendiz sobre os conceitos aqui representados pelo Conselho de Bruxaria Tradicional (CBT), e vamos tentar facilitar ainda mais a compreensão, para que todos consigam interpretar o que é aqui colocado.

Vamos aos conceitos do CBT vamos com ***:

- Uso de panteões não Europeus – Ex.: Africano, Indiano, etc...
*** Todas as regiões do mundo possuem suas respectivas crenças tradicionais, com seus valores, com suas práticas, o termo Bruxaria é uma manifestação de crença nativa européia, com deuses honrados de forma personalizada, com os atributos específicos do povo, seja ele celta, visigodo, germânico, etc...

Temos também o Conceito de Culto da Terra Nativa, que é o fato de honrarmos as manifestações espirituais da terra em que estamos, ou seja, a Bruxaria migrou para o Brasil e nós, como filhos da terra, honramos também o solo daqui, isto é um conceito que muitos não possuem ou distorcem para inserir outros elementos tal como Indiano, por exemplo.

Vejam este texto:


- Práticas cerimoniais de valor teatral e complexas
 *** Na essência, nomes como (Sabbat e Esbath) derivam de palavras judaicas (tal como a nossa palavra sábado), isto é comum na Wicca. Podemos honrar as fases da Lua, as festividades, os equinócios e solstícios, as etapas importantes, os ciclos de caça e pesca, a vida, a morte, etc. Não existe regra para a ritualização e nem a necessidade de se comemorar de forma apenas ritualística. O que esta colocado é que isso não deveria ser uma regra e sim uma opção, não deveria ser um teatro e sim algo profundo visto também que a magia natural deriva dos atributos da Floresta, e portanto uma magia fluídica.  

  
- Símbolos geométricos/ matemáticos – Ex.: Quadrado, Estrela de Salomão, etc... 
*** Crenças tradicionais existem no mundo inteiro, uma grande distorção é acreditar que Bruxaria é Maçonaria, por exemplo, ser um maçom é ser um magista, a maçonaria é uma instituição que incorpora os diversos ramos religiosos. Existem diversas feitiçarias pelo mundo e todas elas ligadas a uma região nativa, a uma senda, a um caminho, muito embora o bruxo esteja livre para estudar qual quiser, isso faz parte do seu aprendizado pessoal e não de algo raiz na Bruxaria Tradicional, as pessoasconfundem crença pessoal com caminho, coisas totalmente diferentes.


- Elementos/ Conceitos de outras culturas – Ex.: Chakras
 *** O caminho do Bruxo é Nativo Europeu, entretanto o bruxo não é o caminho, ele é apenas um peregrino, existe confusão com o termo (Gnosis do Bruxo) a Gnose como Senda (Instituição) e existe o significado etimológico para gnose que significa "conhecer", o fato de conhecer um outro caminho faz parte da vivência pessoal, uma junção de aprendizados individuais.

- Ativismos – Ex.: Ecológico, Feminista, Homossexuais
*** O exposto é justamente não estar preso a conceitos segmentados sociais, a maioria de nós luta por conquistar uma consciência maior sobre a vida, entretanto as pessoas entram em questões ativistas, por exemplo, por puro modismo ou pq. alguém disse que um bruxo é ativista o que vai totalmente contra a esta abertura de percepção. 

- Divisão dualista do mundo – Ex.: Deus/ Deusa – Bem/ Mal
*** Bruxaria não é simploriamente um ofício, ela não é "trabalho" (tradução) ela é uma crença específica, é um caminho, e dentro deste caminho nativo, a herança que temos dos povos antigos eram politeístas, não tem como seguir um caminho pré-cristão, sendo monoteísta ou seguindo um sistema de psicologia baseado em arquétipos, eis a diferença de uma crença nativa, para um sistema moderno/ eclético. 

- Culto aberto e em área urbana
 *** As festividades podem ser públicas desde que respeitado os momentos sigilosos de cada clã, a bruxaria tradicional é introspectiva, ela é discreta, é bem diferente de atos de promoção, de divulgação na mídia, de exposição. Hoje temos uma abertura religiosa, coisa que há 60 anos atrás seria impossível, falamos ainda do povo europeu também, um povo mais reservado.

- Vinculo com movimento gótico
 *** Voltamos às liberdades dos cidadãos, esse direito é anterior ao direito de crença! Não precisa ser gótico, ou anti-social para ser um bruxo!

- Uso de um símbolo que identifique a religiosidade – Ex.: Pentagrama
*** Vamos citar a diferença de um símbolo que representa uma religião, no caso o pentagrama é um símbolo da Wicca, sabemos que existem pessoas que gostam do símbolo pentagrama, mas ele não pode ser algo oficial para outros caminhos pagãos, isto seria uma limitação de simbologia. 

- Uma instituição centralizadora
*** O Conselho é uma instituição que faz seu papel social, é um dispositivo que promove atos coletivos, uma junção de clãs autônomos, uma confraria, uma instituição representante apenas de afiliados. 

- Culto homogêneo ou livro sagrado
 *** Não existe uma "bíblia" que represente a Bruxaria, ou mesmo que estes aprendizados sejam homogêneos, em seu culto, dado à diversidade de povos e regiões.


Como sempre, o que faltam as pessoas é parar para refletirem sobre as questões ligadas a interpretação de texto, queremos ainda dizer que nosso compromisso é com pessoas e grupos que possuem a mesma orientação de crença comum aos conselheiros e que somos totalmente a favor da diversidade religiosa, pois assim todos podem se encontrar em seus credos. Afirmamos ainda que não temos ligação alguma com religiões criadas a partir da década de 50.


Cordialmente,