terça-feira, 24 de maio de 2011

Interagindo com o fogo...



Como o universo é sábio e glorioso!! São tantas experiências que ele nos proporciona que me comove e me enche o coração de alegria e paz. 
Uns tempos atrás, fui acampar com meu amigo "raposo" e tive uma das experiências mais ricas dos últimos tempos... tirando a boa conversa, o céu que estava lindo, a Lua cheia enorme que acenava pra gente, tive a oportunidade de ter uma interação fabulosa com o fogo.
 Lembro que de madrugada, fomos todos nos sentar em volta da fogueira pra conversar... um frio de doer, risos soltos, uma falação em meio a mata que dava até zoeira na cabeça..rs E foi nesse meio todo que eu do nada me vi introspectiva e hipnotizada pelas chamas da fogueira... 
Me conectei com ela de uma forma, que fui parar dentro dela. E em cada estalar da madeira eu despertava pra uma nova realidade, uma vitalidade tremenda foi me tomando, e eu como em uma dança fui me embalando entre chamas e entre o calor nebuloso.
O mais legal disso td foi sentir o "domínio" da intensidade dele em minhas mãos... como se pudesse aumentar ou diminuir sua força, suas chamas e brinquei com ela... pude trabalhar minha percepção e meu controle energético ali no momento. 
Senti o coração da terra pulsando juntamente com o pulsar do fogo e pude trazer meu elemento pra perto nesse tempo... senti cada pedacinho dele... cada sensação maravilhosa correndo pelas minhas veias... até chegar na parte do gelo que cobre o vulcão e a fogueira apagou.... kkkkkkkkkkkk ai ai... Pude sentir o poder transmutador do fogo, e como ele deveria agir sempre sobre nós.
Como é bom poder partilhar a energia desse universo imenso... como é bom sentir-me parte de todo processo... do próprio TODO... bom demais... 
Quando aprendemos a nos conectar com o mundo... ele de fato se conecta com a gente e podemos ter uma visão mais ampla da teia... das ligações que envolve td, nos leva a conhecer outros mundos e a perceber que essa realidade é moldável sim... e que não passa de uma ilusão... quando aprendemos a controlar nossa mente, tudo fica possível, td fica mais intenso e palpável. 
Agradeço aos deuses, ao universo, aos que me acompanham em meu caminho, me permitindo aprender cada dia mais e ao raposo que sem saber ou querer, tem tornado minha vida mais feliz e incrível. Aprendo demais com vc!!! Realmente vc é iluminado.... 

Pensamentos da lontra.... O que precisamos?


Um questionamento muito comum nos ocorre quando o mundo em que vivemos pára repentinamente, quando o silêncio desce como uma névoa leve e traiçoeira e o relógio parece apreciar a paz gritando baixo seus segundos: O quê procuro? Quando há tempo para pensar, nossa mente criadora nos tortura! O quê você busca aqui? Se tudo o que há aqui perecerá, vítima de uma lei que o torna descartável. O vazio tão conhecido lhe lembra que ainda está ali, e então tudo perde o sentido de ser, e parece revelar-se uma verdadeira perda de tempo! Isso não mudará, não importa em qual realidade, plano ou mundo esteja mergulhado... Que mudem as leis, as formas e as possibilidades... Continuarás tu a procurar um motivo para sua existência.

Um suicídio psicológico! E o vazio que a acompanha se apresenta simplesmente por aceitar uma condição de estabilidade que não lhe é cotidiana. Damos-nos tempo para pensar, sem estarmos preparados para pensar! A mente vilã rouba a paz, rouba o silêncio rouba a atenção... Arremessa-lhe em sítios profundos do passado intangível ou num futuro incerto, um pensamento único e esmagador, cíclico e insaciável e totalmente injustificável: O que procuro?

Aceitaste que o tempo não pára, aprendeste que a vida é maluca! Acreditaste que não há alternativa... E conformaste-se com estas condições. Ao questionar-se, o corpo cobra pois aprendeu que apesar de tudo, existe uma possibilidade de não haver nada atrás da porta! Um buscador não procura por nada meu amigo! Simplesmente se lança na busca, pois acredita que há algo, há algum motivo para aquilo, se sente vivo e útil buscando por "algo"... A busca acaba por torna-se ao final o único motivo para a própria busca. Mesmo que encontre "algo", acredite, não estará satisfeito; Preferirá deixar o tudo e partir novamente à busca de "algo". E aí mora a perfeição que sustenta o infinito! Se houvesse um ponto final, onde estaríamos hoje? Olhando indignados uns para os outros com uma insuportável sensação de "E aí?".
Se não sabes o que quer buscar, talvez nunca consiga encontrá-lo, viveremos nos enganando e pensando ter encontrado "desta vez"...

Isso é belo! É motivador, não pense que seja desanimador... Garante-lhe experiências! Garante-lhe a oportunidade de melhorar como espírito da eternidade que é! Garante-lhe a chance de aprender no seu ritmo, de tornar-se pleno sem pressa, de erguer-se rumo ao desconhecido tão excitante encarando milhares de oportunidades simplesmente para experimentá-las. E tudo isso concedido pelo carinho despretensioso do universo.

O fracasso e o êxito não existem! O acerto e o erro não existem! Na senda de uma busca eterna tudo não passa de um degrau em nosso aprendizado. E por mais que lhe lance acima ou abaixo, este degrau sempre estará precedido ou sucedido por outro, de igual tamanho e igual importância. Nesta grande escada infinita desta grande escola da existência, tudo é possível e coerente para aqueles que não admitem a imobilidade. O que procura, já encontrou quando decidiu pela busca.

BRUXARIA TRADICIONAL - Perguntas e Respostas



1 - Quais os princípios da Bruxaria Tradicional (Folk, de Raiz 
ou Campesina).

- Paganismo;
- Politeísmo (culto específico de Deuses - raras misturas);
- Não Maniqueísta (Bem X Mal - Luz X Trevas);
- Preservação de Costumes/ Folclore;
- Raiz regional Européia;
- Magia Natural;
- Culto às manifestações da Natureza;
- Reconstrucionismo Europeu (antropologia/ arqueologia);
- Culto não homogêneo embora restrito a Europa;
- Sem símbolo ou livro sagrado.
- De caráter iniciático e ancestral.


2 - O que é Bruxaria? 

- 2.1 - Etimologia:
Bruxaria - É um derivado de bruxa, cuja origem até hoje não foi determinada com precisão. Embora alguns autores tentem provar que o vocábulo proveio do latim, o mais provável é que ele já existisse em algum dos dialetos falados na Península Ibérica antes da chegada dos romanos, como foi o caso de bezerro, cama, morro e sarna. Esta hipótese é reforçada pelo fato de só aparecer nas línguas ibéricas
(português bruxa, espanhol bruja, catalão bruixa); se viesse do latim, deveria também estar presente no francês (que usa sorcière) e no italiano (que usa strega), que também pertencem à família das línguas românicas.


- 2.2 Conceito de Crença:
Bruxaria é uma das diversas crenças advindo do conceito paganismo, sua essência são os cultos pré-cristãos nascidos no continente europeu, onde suas bases é o politeísmo, a ancestralidade, o folclore regional (costumes, práticas e espiritualidade de um povo). Encontramos dentro desta senda o culto de magia natural, a herbalogia, o artesanato, folclore e o contato espiritual homem/ natureza.


3. O que é Tradição?
- tradição tra.di.çãosf (lat traditione) 1 Ato de transmitir ou entregar. 2 Comunicação ou transmissão de notícias, composições literárias, doutrinas, ritos, costumes, feita de pais para filhos no decorrer dos tempos ao sucederem-se as gerações. 3 Notícia de um feito antigo transmitida desse modo. 4 Doutrinas, costumes etc., conservados num povo por transmissão de pais para filhos. 5 Conjunto de usos, idéias e valores morais transmitidos de geração em geração. 6 Memória, recordação, símbolo. 7 Dir Ação pela qual se faz a entrega real ou fictícia da coisa que é objeto de um contrato. 8 Dir Modo derivado de adquirir o domínio da coisa móvel, pela sua transferência, do poder do alienante para o do adquirente.9 Rel catól A palavra de Deus não escrita, transmitida de viva voz à Igreja, e vinda de geração em geração até hoje, pela voz da Igreja, nos seus ensinamentos, nas suas orações e na sua disciplina. T. de disciplina: a que tem relação com certas disciplinas e ritos como a missa, os sacramentos, as orações, as práticas puramente disciplinares. T. de fé: V tradição doutrinal. T. doutrinal: tradição em que se baseia a religião e os dogmas. T. escrita:testemunho que, sobre um ponto importante, confirmam os livros sucessivamente publicados. T. oral: a que só consta pelo que se diz, não estando consignada em documentos escritos. Tradições nacionais: os grandes fatos da história de um país.

4 - Existe uma apenas Bruxaria Tradicional?
- Existem diversas linhas baseadas na Bruxaria Tradicional, todas têm em sua origem o território europeu, entretanto focamos nas crenças anteriores a visão distorcida da Igreja Católica que transformou essas crenças em feitiçarias de malefícios, uma forma pejorativa e limitada a marginais tendo como foco o culto ao demônio.

5 - A Bruxaria Tradicional acredita no Diabo?
- Não acreditamos no Diabo, pois a sua criação acontece no período de dominação cristã.

6 - A Bruxaria Tradicional acredita em anjos e demônios?
- Não acreditamos na mitologia judaico/ cristã.

7 - Bruxaria Tradicional é Celta?
- Não, a BT é um agregado de crenças de diversos povos que nasceram na Europa.

8 - Bruxaria é Feitiçaria?
- Não, feitiçaria são operações mágicas que acontecem no mundo todo, e na maioria das crenças tradicionais, portanto na Bruxaria também é comum o uso de procedimentos mágicos, entretanto não apenas isso.

9 - Bruxaria Familiar é o mesmo que Bruxaria Tradicional?
- Não, Bruxaria Familiar são crenças específicas contidas em clãs na Europa, esta espiritualidade é regionalizada num local específico, com procedimentos muito próprios. Já a Bruxaria Tradicional é um agrupamento de pessoas, sejam bruxos familiares, agregados ou magistas, que focam num estudo mais estruturado e hierárquico. Estes grupos tendem a focar num trabalho sério de estudo de crenças, focando em uma macro região, buscando dentro da espiritualidade de um determinado povo antigo. Existem também versões tardias de Bruxaria Tradicional dissidentes de movimentos neo-pagãos, porém não existe compatibilidade de crenças.

10 - Quais são as bruxarias tradicionais existentes?
- Geralmente, são colocadas conforme o local de origem, encontramos assim a Bruxaria Tradicional Ibérica, Bruxaria Tradicional Irlandesa, Bruxaria Tradicional da Cornualha, entre outras.

11 - Existe Bruxaria Tradicional baseada em um magista?
- Por vezes o termo Tradicional se refere à Ordem Iniciática, dentro desta questão, existem diversas linhas baseadas em nomes de magistas ou criações destes, entretanto deixamos claro, que nossa visão de tradicional tem haver com um agregado de crenças nativas.

12- O que é o Conselho de Bruxaria Tradicional?
- O Conselho é uma Instituição que objetiva a fraternidade entre grupos que buscam interação, cooperação e conservação das crenças anteriores ao cristianismo na Europa, chamadas assim de Crenças da Floresta. Suas bases são o paganismo, o politeísmo, a conservação e resgate de tradições e consequentemente a ancestralidade. O Conselho não visa lucros, sendo assim uma Sociedade de Mistérios e Filantropia.

Fonte: http://www.bruxariatradicional.hd1.com.br/faq.htm

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Lindo video, linda melodia...


BRUXARIA TRADICIONAL - O Som que Enfeitiça

Como estamos em festa, segue uma das músicas que temos o prazer de bailar!

Leveza e Fluidez!





Att.
CONSELHO DE BRUXARIA TRADICIONAL
http://www.bruxariatradicional.com.br/

Da vergonha isso...


CRÍTICA - Assim fica fácil! Pedigree para todos!


Recebemos um email de uma lista ocultista, e sinceramente ela não deve ser moderada, pois como moderadores de uma das mais respeitadas listas do yahoogrupos no contexto magista ficaríamos envergonhados se isto fosse vinculado em nosso grupo. Entretanto, isto reflete bem a cara e os anseios de nossa sociedade em busca desesperada por títulos, pedigrees e status, é a superficilidade e a falta de entendimento sobre a vida e a magia que tornam esses processos comerciais tão divulgados e aceitos entre pessoas despreparadas, onde o título é o objetivo e não o conhecimento.

Veja o email abaixo!


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Vergonhoso!
Ricardo DRaco

Que absurdo!!!


BRUXARIA TRADICIONAL - Multidao queima pessoas acusando de bruxaria

Multidao queima pessoas acusando de bruxaria!

Até quando teremos este tipo de discriminação e intolerância religiosa, fica aqui o nosso compromisso de luta contra a criminalidade e marginalização.






Por um caminho de dignidade e busca de direitos religiosos, abrace essa causa!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Os Sacerdotes Celtas pt.3: Magia e a religião


 

Que papel ocupava a magia neste sacerdócio? Sabemos que os Druidas dominavam a magia, os textos da mitologia nos falam em diversas ocasiões sobre suas incríveis demonstrações de poder.Le Roux e Guyonvarc’s falam com certa autoridade sobre as técnicas e rituais mágicos dos Druidas, como lhe davam, por exemplo, com os rituais funerários e algo que foi interpretado como uma espécie de batismo. Este último muito mais interessante do que parece ocorria muito tempo após o nascimento. Quando alguém nascia, recebia um nome provisório, até que fosse autor de uma façanha, que a partir de então lhe daria um nome que tivesse ligação com o feito. Sem dúvida, quase todos os guerreiros e alguns dos Druidas buscavam por grandes façanhas, já que o povo Celta considerava esta tradição como algo mágico, pois, assim como diz Powell [... Os celtas acreditavam em poderes mágicos que invadiam todos os aspectos de sua vida e seu ambiente. O que lhes interessava acima de tudo, portanto, era conjurar estes poderes mágicos para fins benéficos. Isto se conseguia por meio de rituais, sacrifícios e através da recitação de mitos: aquelas lendas sagradas que segundo acreditavam, traziam as divindades do passado e da memória a fim de satisfazer as necessidades dos mortais...].

Outro ardil dos Druidas era o fato de os celtas acreditarem que eles tinham poder sobre os elementos naturais. A crença nestes poderes se reflete nos textos irlandeses medievais principalmente. Do mesmo modo, o nevoeiro invocado pelos Druidas foi considerado um dos símbolos de seu poder. Considerado como um estado intermediário entre o ar e a água e se empregava comumente segundo as tradições, tanto por seres do Outro Mundo como pelos próprios Druidas para paralisar e impedir os movimentos dos homens. El feth fiada, ou o dom divino da invisibilidade somente era permitido aos seres do Outro Mundo, aos Druidas e a algum outro ser privilegiado. Detinham o saber ainda sobre toda a magia que habitava na própria natureza, fazendo o uso de diversas seivas, ervas e seus extratos em rituais mágicos, conforme expôs Plínio [... a magia vegetal foi evidentemente, muito importante para os celtas...]. Os textos irlandeses e seus mitos nos contam ampla e repetidamente sobre estes poderes que se obteriam através de poções, bebidas, misturas vegetais e através da própria natureza.

Os Druidas sabiam como pedir ajuda aos deuses, como invocá-los e de como usar a magia que os rodeava, igualmente conheciam o mistério da natureza cíclica de todos os seres e coisas do mundo. Isto os fazia respeitados por seus concidadãos. Um exemplo do crédito que possuíam era o fato deles não terem obrigação de pagar qualquer imposto ou prestar serviços militares, benefício que se entendia inclusive aos seus pupilos. Era uma espécie de influência e sabiam como tirar proveito disso tudo como sempre fizeram os sacerdotes da maior parte das religiões do mundo.

E o que seria esta tal ciclicidade de tudo que existe? Trata-se de uma regra básica que realmente regeu toda a cosmo visão Celta. Um conceito religioso-espiritual, um exemplo deste conceito nos foi mostrado mais uma vez por César, que nos disse que [... os Druidas esmeram-se em persuadir a imortalidade das almas e sua transmigração de um corpo ao outro, cuja crença pode ser considerada como um grande incentivo, dando valor aos sacrifícios e colocando de lado o medo e a morte...]. Esta noção da imortalidade da alma oumetempsicosis, ao contrário do que acreditavam certos autores clássicos ao dizer que sua origem estava entre os padres da filosofia grega, é certo que se levantou como uma crença puramente Celta. Possuíam uma doutrina completa sobre imortalidade, com moral, visão geral do mundo, mitologia, ritual e ritos funerários apropriados. Ensinavam que a morte nada mais era do que uma mudança para o Outro Mundo, onde a alma residiria em reserva para quando este mundo necessitasse de uma nova alma para uma nova vida. [... mas por outro lado, parece que a capital das almas não se limita aos seres humanos, e a transmigração das almas pode se dar de uma espécie para a outra...]. Agora, não devemos confundir ametempsicosis com a reencarnação na cosmo visão Celta. Seu conceito era algo mais parecido com a imortalidade da alma, mas externo à pessoa: a alma é o que é, não estando no corpo de determinada pessoa, mas sim pela sua essência. Esta crença permitia ao povo Celta, como diz Estrabão, ser aguerrido à loucura da batalha.
Seleção de artefatos escavados
(Castro de Santa Tegra - Oppida region.)
No campo das artes, este conceito religioso pode ser visto na sua representação mais interessante chamada de triskele, triskelo, triskle ou triquetra... Que tem a forma genérica de uma espécie de hélice arqueada de três braços. Alguns autores associam esta figura ornamental, que era um símbolo druidico por excelência, com a triplicidade de algumas divindades celtas, enquanto outros não se atrevem a opinar e o deixam como um simples motivo decorativo céltico, de curvas e contracurvas. Sabemos que os Druidas eram considerados como seres de uma plataforma intermediária entre os homens e os seres do Outro Mundo. Possivelmente o triskele represente estes três mundos: Os Homens, Os Druidas e os Deuses do outro mundo. Embora seja possível que de outra forma represente os homens, a terra e o Outro Mundo, considerando sua estrutura de cosmo visão. Talvez nunca cheguemos a uma definição exata.

O último aspecto que abordaremos seria sobre as escrituras. Os celtas não escreviam nada, somente no período medieval se atreveram a registrar seus mitos e lendas. É certo que os Druidas não queriam vulgarizar ou distorcer seus conhecimentos e também que estrangeiros e inimigos não tomassem conhecimento. Mas o mais certo é que queriam preservar aquilo que os converteu numa classe privilegiada para o povo Celta: seus vastos conhecimentos, sua magia, os cânticos das façanhas de seus heróis e Deuses, o conhecimento de como tirar proveito do poder divinho e do poder da natureza. Não queriam que pessoas comuns e muito menos a nobreza guerreira, conhecessem seus segredos, pois com isso perderiam o misticismo e o crédito. Sem tudo isso, os Druidas não teriam conseguido preservar seu poder por tanto tempo. O conhecimento da escrita era uma forma autêntica de poder e os Druidas sabiam disso, pois, eram eles quem realizava as transações comerciais de seu povo, conheciam perfeitamente os caracteres gregos e até latinos. Toda sua magia teria explicações naturais, e eles sabiam disso.

No entanto, não há como subestimar o trabalho que os Druidas desempenharam em benefício de seu povo: ensinaram-lhes, ergueram uma civilização fazendo-os um povo coerente e grande, mantiveram uma cosmo visão perfeitamente interligada com seus ritos e crenças, mantiveram o culto a Deuses que se estendiam à totalidade do mundo que os rodeava, e se empenharam quase cegamente em manter os costumes, a história, as lendas e conhecimentos que durante séculos e séculos foi construída por seu povo. Continua [...]

Índice dos artigos:


Fontes e Bibliografia:
Funcación Icaros: http://www.fundacion-icaros.org/;
The Druid Network: http://druidnetwork.org/;
Templo de Avalon: http://www.templodeavalon.com/modules/articles/article.php?id=85;
Os Druidas, Prof. Dr. João Lupi. Departamento de Filosofia/ UFSC, Brathair 4 (1), 2004: 70-79, ISSN 1519-9053;
Os Druidas: Os deuses celtas com forma de animais, H. D'arbois de Jubainville, 1ª ed. Madras Editora Ltda, 2003. ISBN 85-7374-674-2;

Cordialmente
Conselho de Bruxaria Tradicional
http://www.bruxariatradicional.com.br/

Os Sacerdotes Celtas pt.2: Registros históricos



Antes de continuar a falar sobre os Druidas, é importante nos situarmos sobre os registros históricos base de todo o estudo que se constrói sobre o assunto. Temos citado bastante Júlio César, entretanto o extrato de Césarnão passa de um relato resumido sobre esta classe. A importância que a história denota a César se deve ao fato de sua vitória esmagadora sobre os povos Celtas ter ocorrido exatamente por conhecer sua estrutura social, política, e principalmente religiosa. Júlio César ou simplesmente “César” (c. 100-44 a.C.) passa a ser a referência dominante acerca dos celtas e dos Druidas em (De Bello Gallico ou A Guerra da Gália VI 4, 13, 14, 16, 18, 21). Devido o contato que desenvolveu durante o período de invasões. Em seu trabalho oferece informações sobre o contato com os deuses, crenças, rituais, sacrifícios, moral, organização e de forma geral sobre suas funções. Um dos apontamentos mais interessantes sobre a classe sacerdotal é a recusa em colocar por escrito os seus ensinamentos, motivo pelo qual existe tanta confusão envolvendo o assunto. É sabido que os Druidas estudavam durante décadas e desenvolviam uma poderosa memória para que pudessem guardar todo o conhecimento que tinham e transmiti-lo não pela escrita, mas através de contos e ensinamentos diretos.

Vejamos mais alguns testemunhos clássicos recolhidos no trabalho do Prof. Dr. João Lupi do Departamento de Filosofia / UFSC, entitulado “Os Druidas” (a título de resumo, indicaremos apenas algumas referências históricas, com visões pessoais e interpretações nossas, para consultar o trabalho na íntegra com as resenhas e observações do autor procure por Brathair 4.)

Diodoro Sículo (entre séc. I a.C./ séc. I d. C., em Histórias V, 28, 6 e V, 31, 2-5) diz que os Druidas eram filósofos e teólogos de nível superior, que à maneira dos pitagóricos acreditavam na reencarnação das almas (que encaravam como uma transmigração), e que eram curandeiros e adivinhos respeitados. Estrabão, contemporâneo de Diodoro (Geografia IV, 4, 197, 4) cita os bardos, de quem Diodoro também falou, os adivinhos e os Druidas, e destes diz que são fisiólogos (naturalistas) e mentores da filosofia ética. Dion Crisóstomo (início do séc.II, nos Discursos 49) diz que os Druidas se ocupavam com todo tipo de sabedoria e que não só eram conselheiros dos reis como em tudo os reis seguiam as suas normas e diretrizes.

Diógenes Laércio (séc.III d. C. em Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres, I, 1 e 6) inclui os Druidas entre os sábios das outras civilizações – persas, babilônios, assírios, indianos e egípcios e deles diz que eram homens veneráveis [... que expunham suas doutrinas por meio de enigmas, exortando os homens a reverenciar os deuses, a abster-se totalmente de más ações e a ser corajosos...] mas compara-os neste ponto aos ginosofistas indianos (os sábios nus, geralmente se supõe que fossem os brâmanes, mas podiam ser ioguis), o que de certa forma é uma visão um pouco pessoal, já que existem outros relatos como emTácito (c. 56-120 nos Anais 14,30) localizando-os entre batalhas e enfrentamentos, onde embalam guerreiros ao som de imprecações e incitações.

Plínio (c.23-79; na História Natural XVI 249) refere-se à magia dos Druidas e aos conhecimentos deles sobre os céus e os astros e dá-nos uma descrição dos rituais, das vestes brancas, do uso de ervas e dos ovos de serpente. Lucano (39-65 no poema Pharsalia I, 450-458) e Pompônio Mela (séc. I d.C. em De Situ Orbis ou Geografia III 2, 18-19) falam sobre o conhecimento que os Druidas detinham a cerca dos céus e dos astros. Já Suetônio (69-140 em Claudius 25) se refere aos rituais dos Druidas como desumanos e selvagens.

Existem outras citações entre os cristãos helenísticos: Clemente de Alexandria (c.153-220, nos Stromata I, 15), Hipólito (c. 170-236 na Refutação das heresias I, 22), Orígenes (c.185-254 no Contra Celso I, 16) e ainda Cirilo de Alexandria (c.380-444 no Contra Juliano IV, 133). Basicamente nestes trabalhos os Druidas são colocados como mestres no que seriam as doutrinas conhecidas como pitagóricas, na magia e adivinhação. Saberiam trabalhar com determinados cálculos e profetizar o futuro... Clemente chega a sugerir a influência dos Druidas na filosofia grega, lembrando ainda que Pitágoras teria estudado, entre outros grupos, diretamente com os gálatas.

São, Augusta (século IV), Lamprídio (no capítulo de Alexandre Severo 59, 5) e Vopiscus (nos capítulos sobre Numeriano 14, e Aureliano 43) que citam a existência de mulheres Druidas [... mulier Dryas, dryde mulier...] das quais se contavam profecias.

Somente mais tarde Amiano Marcelino (c. 330-400 em O Final do Império Romano XV 9)distinguiria os Druidas (drasidae) dos adivinhos-profetas (euhagis) e dos bardos, considerando os Druidas como grandes intelectuais [... ingeniis celsiores...] dedicados ao estudo das coisas sublimes e ocultas.

Cabe lembrar que há de se tomar cuidado com estes relatos, na leitura não só destes trechos, mas dos trabalhos na íntegra – compostos numa época já avançada se considerarmos seu período de maior evidência – pode-se perceber elementos que ligam os Druidas ao Cristianismo e às filosofias místicas que ganhavam proporção, como a crença num só Deus por exemplo e a relação com a magia pitagórica. Podemos colocar algumas ressalvas que trazem algumas dúvidas, como por exemplo, o domínio sobre as formas demonstrado na composição da arte Celta demonstra um conhecimento que se não matemático, pelo menos sobre a geometria e as proporções. Mesmo assim, tudo isso não passa de especulação, voltamos sempre ao fato onde tudo que foi escrito sobre os Druidas nos remete a autores não ligados à cultura Celta, e sim, aos povos colonizadores da Europa. Cícero (106-43 a.C. em Sobre a adivinhação I, 41, 90) é o único que diz ter conhecido um Druida, situando-o apenas como um fisiólogo e como áugure ou adivinho (num contato rápido e não tão profundo). Continua [...]

Índice dos artigos:

Os Sacerdotes Celtas pt.1: Papéis e sociedade



Para entender um pouco sobre os Druidas, temos primeiro que compreender o contexto em que viveram e desenvolveram sua Religião, ou seja, na cultura Celta. Como a maioria dos povos de origem indo-européia e proto-indo-européia, os celtas demonstraram ter um rígido sistema social.César, que conheceu diretamente os celtas da Gália livre, definiu o sistema que conheceu como um modelo de sociedade tripartite, dividindo-o da seguinte forma:éqüites (cavaleiros), druis (sacerdotes) eplebs (plebe). Exceto a definição de druis, as outras duas estão claramente latinizadas, aparentemente para que fossem entendidas por seus concidadãos. Mas porque então César continuou a chamá-los de Druis? Uma possibilidade é devido ao enorme prestígio e respeito que a classe sacedortal teria entre o povo Celta, e que junto com o poder e inteligência que demonstraram possuir causou certa admiração e receio em César.

Origem da palavra

Teorias dizem que a palavra Druida pode ter derivado do vocábulo grego δρυs. A definição mais antiga procede por Plínio, que nos diz que os Druidas tomaram seu nome do carvalho (do qual recolhiam a seiva e comiam as bolotas para adquirir seus poderes e dons de adivinhação). No entanto, diversos estudiosos modernos tem indicado uma definição talvez mais precisa buscando no estudo lingüístico associações com línguas Bálticas, Germânicas e Eslavas, onde os Druidas seriam algo como "os prudentes" ou "muito sábios". Plínio, porém preferiu apontá-los como "homens do carvalho" ou, de certa forma, "aqueles que tem o conhecimento do carvalho", árvore esta que era considerada sagrada para os Druidas.

O papel e a presença perante a sociedade

Tentaremos definir as funções atribuídas aos Druidas, assim entenderemos melhor sua capacidade de influência sobre o povo. Muitos autores clássicos nos falam delas: [... Na Gália os Druidas dirigem sacrifícios, nos quais, em muitas vezes são eles os próprios sacrificadores...] (a quem Estrabão chama de vates). Mas uma de suas principais funções religiosas era a adivinhação. Pressupõe-se que para tanto entrariam em situações de transe e êxtase. Powell diz que [... o êxtase, o transe e o poder de metamorfosearem-se, todos indicam a mesma relação genérica entre o que seriam os magos celtas e os xamãs da religião nórdica Eurásia...]. Segundo nos conta César, também teriam funções jurídicas, e que se pronunciavam sobre quase todos os litígios, fossem públicos ou privados. Possuíam certa autoridade de natureza política, que se enxerga claramente na Irlanda, onde, o rei não poderia falar antes do pronunciamento de um Druida.

[... Os Druidas desempenham o papel de educadores dos jovens...]. Obviamente que esta seria uma das facetas druidicas mais temidas por César, que diz terem direcionado por vezes seus discípulos ao poder. Esta é uma afirmação um tanto áspera e pode ter sido uma propaganda contra a classe druidica, mas em alguns pontos pode estar certa, um exemplo claro é o fato de um aristocrata ou nobre poder ser educado como Druida.

Qual seria o motivo para que estes sacerdotes estivessem tão arraigados na cultura? Uma possibilidade é a de que seria pelo caráter altamente coesivo que sempre teve o druidismo![... A constituição do sacerdócio dos Druidas foi o aspecto mais interessante e surpreendente, a organização de uma sociedade religiosa que fez dos celtas um povo coerente...]. Hubert nos disse ainda que [... O estudo analítico e comparativo da instituição do sacerdócio druídico, demonstra o quão essencial esta era para a organização das sociedades celtas...], neste ponto de vista, parece óbvio que os Druidas não tivessem nenhuma dificuldade em exercer qualquer tipo de influência sobre seu povo. SegundoDiodoro Sículo [... os Druidas mantêm todo o povo submetido a eles...] e explica a seguir:[... porque o povo crê que “eles sabem a língua dos deuses”...] ou seja: eles se tornaram indispensáveis para manter o bom relacionamento entre os homens e os deuses, e com isso a ordem do mundo.

Além disso, a história nos mostra claramente como o druidismo foi o último bastião de resistência das sociedades celtas contra os romanos na Gália, Britania e frente ao cristianismo na Irlanda, onde era conhecido e temido pelos romanos... A julgar pelas campanhas que seus generais patrocinaram contra os santuários de Britânia, e pela desqualificação que sofreram os Druidas na Gália e Irlanda. [... As peregrinações dos Druidas e suas reuniões com o povo cimentavam a união dos celtas e o sentimento de irmandade...].

O druidismo foi uma instituição pancéltica. César ao testemunhar seu poder nos conta que havia Druidas na Irlanda e na Britânia. Sem dúvida, assim nos diz César também que haveria Druidas na Gália. Apesar de não haver relatos que os localize nas regiões da Itália, Espanha, Galácia e no Vale do Danúbio, não se descarta esta possibilidade. Alguns autores apontam a adoração de muitos dos deuses pancélticos na Espanha, a saber: Lug, Esus, Tarannis, Teutates, entre outros. López Monteagudo indica que [... Na Hispania Celta não é dada a existência de uma forte classe sacerdotal entre os Druidas, mesmo no ofício do sacrifício...], ele mesmo nos aponta ainda que [... Existiu em toda a área indo-européia da Península Ibérica um culto generalizado às águas, aos bosques, montanhas e pedras...].Dão prova disso outros autores clássicos que falam sobre cultos a lua, às águas e montanhas. Cultos estes comuns praticamente à totalidade do povo Celta. A presença de deidades pancélticas e de cultos à natureza tão semelhantes em regiões tão distantes seria algo difícil de concretizar-se se não houvesse de uma classe sacerdotal disseminando-os, mesmo se considerarmos o caráter migratório que tinha a civilização Celta. Continua [...]

Índice dos artigos:

segunda-feira, 9 de maio de 2011

[...]


Sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor, 
pois se eu me comovia vendo você, 
meu Deus…como você me doía! 
De vez em quando eu vou ficar esperando você,
então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você 
e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme…
só olhando você, sem dizer nada 
só olhando e pensando: 
Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando!
                                                                                                      Caio Fernando Abreu



...


"Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo"

      ( Luis Fernando Veríssimo)

sábado, 7 de maio de 2011

METEMPSICOSE: Reencarnação na Bruxaria tradicional



Flor de Íris
 A crença celta na reencarnação estava implícita em sua despreocupada atitude perante a morte, o que constituía um ensinamento druida. Os celtas asseguravam com firmeza que a morte era uma simples pausa de uma longa vida e, conseqüentemente, lhe tinham muito pouco temor, segundo o testemunho de César: "As almas não morrem, mas passam, depois
da morte física, de um corpo a outro; e essa crença de morte da alma, assim como o próprio temor à morte, estão, por eles mesmos, descartados, o que, asseguram, é o maior incentivo para infundir valor".
A doutrina celta da reencarnação está bem descrita por Taliesin, o poeta–guerreiro, na Batalha dos Arboles. O mesmo assegurava ter vivido muitas e variadas vidas, seja como humano, seja como animal, e ter presenciado a maioria dos grandes acontecimentos da história da Irlanda.
Assim declara:
Eu tive muitos corpos
Antes de conseguir uma forma agradável
Eu fui uma gota no ar
Eu fui uma estrela brilhante
Eu fui uma ponte para transpor
rio de três leitos
Eu viajei como uma águia
Eu fui um barco no mar.
O canto de Amergin, um poeta muito antigo, parece ir na mesma linha, mas com a profundidade ampliada de que "ele formava parte da natureza de outras coisas e de outras criaturas, e de que isto o uniu totalmente ao Universo, em completa paz espiritual e superior sabedoria".
Eu sou o vento que sopra sobre o mar,
Eu sou a onda do mar,
Eu sou a profundidade do mar,
Eu sou o touro das sete batalhas,
Eu sou uma águia sobre a rocha,
Eu sou uma lágrima do sol,
Eu sou um hábil marinheiro,
Eu sou valoroso como o javali,
Eu sou um lago no vale,
Eu sou palavra de sabedoria,
Eu sou espada afiada ameaçando um exército,
Eu sou o Deus que ilumina a cabeça,
Eu sou aquele que projeta luz entre as montanhas,
Eu sou aquele que antecipa as fases da lua,
Eu sou aquele que ensina onde se põe o sol.
Graves assinala que os versos mais comuns, "eu fui" ou "eu sou", também se referem ao ciclo anual e contêm séries completas de símbolos para todo o ano, ainda que deliberadamente confusos, com o objetivo de que o segredo não fosse descoberto.
Entretanto, como é uma só a deidade responsável por todo o ciclo anual, podemos estar seguros de que é o poeta–deus quem está descrevendo a existência de seu modo particular.
Tão sutil fluidez desconcertou os lógicos romanos e, desde então, tem confundido muitos estudantes, porque não concorda com os conceitos latinos e semíticos. Os celtas entendiam suas próprias vidas e mesmo o Universo como guiados pelo simples movimento interno.
Desse modo, não acreditavam na dualidade entre bem e mal, não havia lugares como o inferno nem uma justiça que se administra depois da morte.
Seria inútil pretendermos buscar entre os celtas, sutis e de idéias rápidas, algo tão formalizado e estruturado como um princípio ou uma refinada doutrina dareencarnação. Os celtas viviam suas crenças e não as materializavam em objetos concretos. Seu conceito de tempo não era o nosso, seja em relação à vida ou à morte. O trovador bretão começaria
sempre: "Era uma vez, quando o tempo não existia, e então...". Eles viviam de acordo com os mitos, que "não é o relato dos feitos, senão o próprio desenvolvimento dos feitos". Seus mitos podiam ser compreendidos em qualquer nível, segundo a capacidade do ouvinte,
como um completo conto de fadas, uma mudança de forma com um objetivo mágico, uma visita a outros mundos ou uma união com a deidade.
Do grego: meta: mudança + en: em + psiquê: alma - é o termo genérico paratransmigração da alma, de um corpo para outro, seja este do mesmo tipo de ser vivo ou não. É usualmente denominada de metacomorfose. Essa crença não se restringe à reencarnação humana, mas abrange a possibilidade da alma humanaencarnar em animais ou vegetais. Era uma crença amplamente difundida na Pré-história e na Antigüidade, sendo encontrada entre os egípcios, gregos, romanos, chineses, africanos, celtas, etc, mas não na Índia entre os budistas tibetanos essa migração é possível, embora muito rara (os budistas descrevem várias formas de reencarnação, sob vários contextos diferentes). 

 Fonte: Clan Peregrinos

Quebrando os Condicionamentos




O crescimento interior é o maior desafio da vida. Por essa razão, muitos preferem continuar no estágio imaturo, apoiados em muletas, que tanto podem ser outros seres humanos, como as ilusões em que a mente lhes faz acreditar.

Uma das principais a que se apegam, é a de que não possuem a força necessária para se transformarem, pois são fracos e incapazes. Muitas vezes estas foram frases ouvidas durante o seu desenvolvimento e, por essa razão se transformaram em crenças, que foram incorporadas como verdades absolutas.

Quebrar estes condicionamentos a que todos fomos expostos, não é fácil, pois exige muita determinação e coragem. E, principalmente, uma disposição inabalável de ser feliz.

Se você acredita plenamente que tem este direito, e o considera algo que ninguém pode lhe roubar, certamente terá toda a energia necessária para conquistá-lo.

Muitas pessoas acreditam que felicidade é uma espécie de troféu, que somente alguns vieram qualificados para conquistar. Mas, é possível, sim, para qualquer ser humano, vivenciar um estado interior de alegria, independente dos julgamentos exteriores.

Ele precisa direcionar o seu olhar em outra direção, para dentro de si, onde encontrará a fonte original de harmonia e paz que todos trouxemos quando chegamos ao mundo.

Ela está sempre presente, mas é sufocada pelas falsas verdades que nos foram impostas e que nós, inconscientemente, assimilamos. Agora é preciso que façamos o caminho de volta, libertando-nos dos condicionamentos para que possamos encontrar nossa face original.

A virtude da Paciência by Lontra Voadora



Ando analisando o que vivemos hoje e tenho percebido a nossa impressionante
 falta de paciência! E mais crítico ainda, as novas gerações formadas por nós
 estão crescendo sem se quer entender o significado do que seria "paciência".

Acostumamos a disfarçar nossos medos com a superficial volutibilidade,

 espelhamos em cada ação nossa pressa e ansiedade irracional com maestria
 e perfeição... E tudo isso, simplesmente para que não tenhamos tempo suficiente
 de lembrar que já a algum tempo, nos perdemos em nossa descumunal
 abstração.
Falta paciência...

Diante à vida, Falta-nos compreender que o tempo monstruoso e caçador

 implacável resume-se numa ilusão dimensional poética e metafórica... 
Pois que andemos então devagar... Em passos curtos, suaves e graciosos 
que nos propiciem o dom de observar... Assistir aos acontecimentos
 confortavelmente sem interferir com disparates precipitados; Agindo
 somente no momento certo e se assim for inevitável ou conveniente.

Falta paciência para deixar determinados fatos esgotarem-se por si. 

Que as feridas sangrem até que a cura seja realmente eficaz, muitos 
dos remédios que decidimos adotar tornam-se venenos crônicos para
 nossa saúde mental, polarizam e disseminam síndromes que passam
 de idéias viscosas ao soma que nos veste.

Falta paciência quando agimos por violência e sempre que executamos

 instintivamente em defesa de nosso "self"egóico... Quando mentimos 
para não ter que explicar o porque de justificarmos cada uma das
 agressões com nossa filosofia rudimentar.

Falta paciência para pensar, ler, escrever e aprender... Devoramos

 formas-pensamento sem digerí-las, escrevemos no piloto automático
 frases completas e vazias! Misturamo-nos em meio às nossas idéias
 transtornadas e enlouquecidas num rítmo tão frenético que em pouco
 já não sabemos mais quem somos e onde estávamos. Nos perdemos 
dentro de nós por não ter paciência de se quer perceber que a saída não
 é uma porta... Começa num movimento voluntário, um simples passo
 que depende apenas de vontade própria.

Falta paciência para esperar que a natureza trabalhe, que o universo 

transforme... Maturar e ignorar as imiscuidades viciosas... Ouvir o 
ruído trafegando em suas senóides pelo ar, em muitas vezes disparado
 pela voz de outros tentando se comunicar de uma forma mais sincera,
 menos plástica... Temos que re-aprender a desenhar nossas idéias 
antes de expressá-las num aborto prematuro... Impomo-nos pelo tom
 de voz, sobrepomo-nos ao outro... Induzindo com gestos agressivos todo
 o sentimento dissecado pela peso da atmosfera, evaporado pelo calor
 que impregna cada centímetro de pele! Tanto para tão pouco ou quase 
nada! Simplesmente para ver reluzir o caos em nosso avesso.

Enfim: "sempre falta paciência", mas não aquela paciência em conceito

 tão pequenininha que confundimos com o ato de aturar, respeitar ou
 engolir a seco evitando explodir em emoções! Falta da paciência que 
brota nas virtudes profundas... Saturada da certeza de que nada daqui 
tem importância o suficiente para lhe açoitar a paz... A paciência 
condicionante intrínseca do saber que lhe desafia num choque frontal 
gritando na tua face que nada do que lhe ocorre é real... Eterno... E se 
você preferir, necessário.


[...] Toda a dor é uma produção mental... A mente é a 
verdadeira cadeia do homem... [Autor desconhecido]